O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) faz um alerta: o concurso público aberto neste ano pela prefeitura de Pelotas para a contratação de médicos não traz avanços para a categoria, apesar de toda a negociação em andamento entre a entidade e o Executivo. O processo seletivo aberto pelo Executivo pelotense prevê vagas para clínicos-gerais, psiquiatras e médicos reguladores com regime de 33 horas semanais e salário de R$ 2.100,00.
O SIMERS alerta há vários meses que a remuneração é inferior ao praticado pelo mercado. O Sindicato ressalta ainda que a Prefeitura, admitindo dificuldades para conseguir manter os profissionais, propôs, em 2016, o pagamento de um completivo salarial. O mecanismo seria uma forma prática de amenizar a diferença e valorizar a categoria, considerando a formação e seu papel na assistência. Além disso, os R$ 2.100,00 representam apenas 15% do piso médico nacional para 20 horas semanais, hoje de R$ 13.847,93.
A concessão do completivo foi tema de encontro do SIMERS com a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), em 30 de dezembro passado, dias antes de sua posse. Na ocasião, Paula se comprometeu em encaminhar um Projeto de Lei à Câmara de Vereadores propondo o acréscimo salarial neste ano. “Esse concurso significa um passo atrás na negociação com a prefeitura. Não questionamos a legalidade do processo, mas queremos entender por que não houve avanços nas reivindicações com os médicos”, afirmou a vice-presidente do Sindicato, Maria Rita de Assis Brasil.
Maria Rita também alerta que, diferentemente da carga horária prevista no concurso, o prefeito anterior Eduardo Leite manteve em vigor a jornada de 20 horas para os profissionais. “Desde 2012, estamos negociando com o município melhores condições de trabalho e remuneração para os médicos municipários. Além de rediscutir o exercício da profissão na cidade, queremos a adoção de um Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos (PCCV)”, recorda a vice-presidente do SIMERS. Um modelo de PCCV foi entregue pela entidade ao prefeito anterior, buscando contribuir para uma solução que contemple os médicos e o atendimento da população. "O que é bem possível, mas depende da sensibilidade e disposição do gestor para construir o caminho."
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