Simers alerta: Saúde de Canoas em colapso. Até quando?

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), representante oficial da categoria médica gaúcha, vem alertando a todos os atores públicos sobre a gravidade que se encontra o sistema de saúde pública de Canoas, terceira maior economia do Estado.

Há décadas, entram e saem governos e os ataques à categoria e à integridade da saúde individual da população canoense, e também para as cidades que têm no Município sua referência, continuam. A precariedade da saúde canoense é algo crônico, e NINGUÉM faz nada para resolver isso.

Canoas detém hoje a Gestão Plena dos recursos financeiros da Saúde,porém, não há dúvidas de que o comando da saúde local não é o mais adequado. Não há local que o Simers tenha visitado na cidade em que não há problemas. Faltam insumos, falta segurança, falta estrutura. Sobram ataques e coação praticadas por políticos e até por funcionários da Prefeitura.

Nesta semana, iniciada no dia 8, a situação ultrapassou o limite do aceitável. Todos os hospitais operam com problemas. No início de maio, o Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) registrava a inoperância de seu tomógrafo de quase duas décadas em atividade. Honorários em atraso e falta de estrutura. Na sequência, o Hospital Universitário (HU), instituição repleta de imbróglios desde sua criação, não tinha condições de seguir atendimentos à população, restringindo cirurgias eletivas por 10 dias, sendo renovado o mesmo período, totalizando 20 dias de prejuízos à população.

Na quarta-feira,10, o HU notificou as Autoridades (Cremers, SMS, Prefeitura) sobre o risco de desassistência à população, motivado pela falta do básico. Nem os pacientes internados podem ser submetidos a cirurgias por falta de compressas, soro, fio de sutura e medicamentos diversos. Quantas vidas estão em jogo? A saúde da população é PRIORIDADE,senhor prefeito.

Na mesma quarta-feira, 10, o Simers tomou ciência,após uma reunião ter sido desmarcada no dia anterior pelo Hospital Nossa Senhora das Graças, de que a situação do Hospital, em intervenção municipal desde 2020, é gravíssima. Foi reconhecida que a instituição opera com estoques insuficientes de seus insumos básicos,inclusive existe chance de desassistência alimentar dos pacientes internados. 

Faltam sondas, antibióticos, analgésicos, remédios oncológicos, cateteres, soro, entre outros suprimentos. O Hospital,por ser filantrópico, estuda começar a pedir doações de utensílios básicos (lençol,cobertores,toalhas de banho e até alimentos). Diante da inexistência do basico para exercer o Ato Médico, foi deflagrada uma paralisação, que pode acontecer na segunda-feira,15, caso o HNSG não cumpra acordo feito com os profissionais. Não bastando isso, que fere diretamente a Ética do Ato Médico, TODOS os hospitais registram atrasos, sejam residuais ou de competência, sem contar o passivo de dívidas existentes com os médicos que prestaram serviços ao GAMP e às inúmeras administrações do HPSC, HNSG e HU.

Não bastando a rede hospitalar da cidade, a crise chegou à Fundação Municipal de Saúde de Canoas (FMSC), que gere toda a rede básica da cidade. Médicos e demais funcionários com atraso de quase uma semana em seus salários. Diante dessa situação, foi instalado um INDICATIVO DE GREVE.

Sob a coordenação da Fundação, o CASC (Centro de Atenção à Saúde da Criança) iniciou suas atividades,na quarta-feira, sem cilindro oxigênio e remédios para vômito. A unidade,referência em assistência pediátrica, tem apenas um vasilhame de 160L de O²,porém isso é insuficiente, ainda mais em período de inverno,quando há aumento de crises respiratórias.

O Simers, na defesa do médico e da saúde da população, cobra do Poder Público uma solução acerca do colapso da saúde canoense. 

Até quando seguiremos vendo esse sofrimento? 

Com a palavra, os governantes.