Centenas de pessoas, entre pais, filhos menores e médicos, reuniram-se na manhã deste domingo, 20, sob duas grandes tendas colocadas junto ao Monumento ao Expedicionário, no Parque Farroupilha, em Porto Alegre, na preparação para a caminhada alusiva ao Dia Mundial da Prematuridade. O evento, organizado pela Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros, a ONG Prematuridade e contou com o apoio do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e do Hospital Mãe de Deus.
O diretor do Simers e coordenador do Núcleo de Pediatria da entidade, Daniel Sauer Wolff, destaca que o Sindicato acompanha com muita atenção a prematuridade. “O Rio Grande do Sul registra a média mensal de 12,2% de mortes de bebês prematuros, o que impacta a saúde pública e também às famílias. O bebê prematuro nasce abaixo das 37 semanas de gestação e está mais suscetível a doenças e infecções e em geral carregará sequelas permanentes, sendo também uma das principais causas de deficiência em crianças”, relata.
A diretora executiva da Prematuridade, Denise Leão Suguitani, enfatizou que o nascimento prematuro é a principal causa de mortalidade infantil no País. Denise Suguitani explica que a ONG Prematuridade começou sua atividade no Rio Grande do Sul há oito anos e ainda é a única entidade nacional que trata dessa temática, reunindo atualmente 250 voluntários distribuídos por 23 Estados da Federação.
Ela informa no Brasil, 12% do total de nascimentos é de bebês prematuros, o que representa em torno de 340 mil nascimentos por ano no País. O Rio Grande do Sul, com 12,2% de partos prematuros, está acima da média mundial, que é de 10%. E ela acrescenta ainda que esse índice se agravou com a pandemia do Covid-19.
Denise Suguitani também informou que a prematuridade causa mais impacto nas mortes infantis do que o câncer, apresentando um custo anual de cerca de R$ 8 bilhões, em função das internações após o nascimento, sem contar as reinternações, que são recorrentes nos dois primeiros anos de vida dessas crianças, além do custo afetivo e o impacto da prematuridade para a saúde mental dos pais.
O deputado estadual Dr. Thiago Duarte também prestigiou o evento no Parque Farroupilha, acompanhando a caminhada da Prematuridade. Ele preside a Frente Parlamentar da Prematuridade na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e enfatizou dois aspectos que são muito importantes na sua visão: "Em primeiro lugar, é preciso dar toda atenção ao pré-natal das grávidas, manter um acompanhamento permanente como meio de evitar riscos maiores, e promover partos seguros, em maternidades, como defende o Simers. Em segundo lugar, é preciso ter muita atenção para outro aspecto que contribui muito para a ocorrência da prematuridade, que é a gravidez indesejada, a gravidez de menores de idade", enfatiza.
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