31/05/2017 10:32
SIMERS abordou pontos que necessitam avançar na saúde da capital
O diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) Jorge Eltz expôs as considerações da entidade sobre a saúde de Porto Alegre, durante a apresentação do relatório de gestão da área, referente ao primeiro quadrimestre de 2017. A audiência pública, realizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), foi na terça-feira (30) e reuniu vereadores, o secretário de saúde Erno Harzheim, além de representantes de hospitais do município e comunidade.
Entre os assuntos abordados, Eltz lamentou o fechamento do Hospital Parque Belém e cobrou do município uma intervenção no local. “O SIMERS luta há muito tempo pela manutenção do seu funcionamento. Infelizmente, o hospital foi cada vez mais diminuindo o atendimento, ao ponto de fechar. O poder público poderia intervir, assim como o governo federal interviu e administra até hoje o Hospital Conceição”, exemplificou.
Segundo o dirigente, no interior do Estado existem diversos hospitais que passaram por intervenção, garantindo o atendimento. “O Parque Belém não pode fechar, precisamos de leitos gerais e psiquiátricos. UPAS e pronto-atendimentos estão superlotadas, pacientes estão em condições subhumanas. Não podemos deixar fechada uma instituição desse porte. A prefeitura precisa intervir”, destacou.
Também no âmbito de atendimento, Eltz criticou a marcação de consultas nas unidades da capital, que são agendadas a cada 20 minutos ininterruptamente. Diante de qualquer intercorrência, como atraso, por exemplo, o paciente pode perder a consulta. “Não existe espaço na agenda para um eventual encaixe de paciente que necessite de atendimento e não estava agendado. Nesses casos, o paciente acaba indo para UPA. Existem outros empecilhos são as quedas frequentes do sistema. Tudo isso precisa ser considerado no tempo de consulta e precisa ser revisto”, argumentou.
Aposentadoria pode solucionar carência de servidores
Um dos maiores problemas relatados na audiência foi a falta de funcionários para o atendimento da demanda de saúde de Porto Alegre. O diretor do SIMERS afirmou que uma das soluções mais eficientes é o desarquivamento do Projeto de Lei nº 042/2016, que trata dos municipários em Licença Aguardando Aposentadoria (LAA). A cidade tem 261 servidores municipais em LAA, sendo 55 médicos. “É imprescindível resolver logo essa situação pois, na prática, esses funcionários já estão aposentados. Enquanto isso, a vaga não é aberta para novos servidores assumirem e trabalharem”, explicou Eltz. O SIMERS negocia há anos a resolução do impasse e já abriu diálogo com a gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior.