O Sindicato Médico do RS (SIMERS) voltou a cobrar o pagamento de verbas rescisórias, salários em dia e manutenção dos direitos trabalhistas dos médicos do Hospital Porto Alegre (HPA). A vice-presidente da entidade, Maria Rita de Assis Brasil, falou nesta
terça-feira (23) em reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), da Câmara Municipal de Porto Alegre, para tratar dos problemas financeiros do hospital.
Conforme a dirigente, a situação é de insegurança absoluta entre os trabalhadores da instituição, que enfrenta dificuldades financeiras desde que foi rompido convênio com a prefeitura da capital, em março de 2015, e recentemente passou a ser administrada pelo Instituto de Saúde e Educação Vida (ISEV). “Foi dito aos médicos demitidos que não seriam pagas as verbas rescisórias. Aos que permanecem, foi sugerido vínculo por meio de pessoa jurídica numa evidente precarização das relações de trabalho. Isto é objeto de investigação no Ministério Público do Trabalho e nós vamos exigir que se mantenham os direitos trabalhistas. Não podemos permitir que os direitos dos trabalhadores sejam reduzidos”, enfatizou Maria Rita.
Outra preocupação da vice-presidente do SIMERS é com a possibilidade de fechamento do HPA, especialmente no contexto atual, com redução de leitos em todo o Estado. Segundo ela, os leitos têm se transformado em cobertores estendidos no chão nas grandes emergências. “Tivemos, apenas no último ano, a diminuição de 450 leitos no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, foram fechadas mais de 160 unidades neste período”, contabiliza.
O SIMERS tem acompanhado e agido para assegurar o funcionamento do HPA com garantias para os profissionais que integram o quadro médico. Recentemente, a
entidade esteve reunida com representantes da nova administração do hospital, o Instituto de Saúde e Educação Vida (ISEV), para discutir o processo de transição de gestão, incluindo a responsabilidade com a folha de pessoal, eventuais desligamentos e pagamento dos valores em atrasos dos prestadores de serviços da instituição. As pendências já ultrapassam um ano.
A Cosmam deve voltar a se reunir para discutir os impactos financeiros no Hospital Porto Alegre entre outubro e novembro.