Na manhã desta terça-feira (21), vereadores que integram a Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosman) se reuniram na Câmara Municipal de Porto Alegre para discutir a situação do Hospital Beneficência Portuguesa. O intuito foi encontrar uma solução para a ameaça iminente do fechamento do hospital.
A sala da Comissão lotou. Profissionais de saúde portavam cartazes com frases de ordem como “salário Já” ou “Por favor, não deixem fechar o Hospital Beneficência”. Por diversas vezes, entre um argumento e outro, os ânimos ficavam exaltados – principalmente quando o presidente da instituição tomava a palavra, expondo sua visão dos fatos.
O diretor do Simers Germano Bonow chamou a atenção para a trajetória de mais de 170 anos da instituição – e classificou como “inadmissível” o que vem acontecendo com ela. “Gerações anteriores construíram essa casa de saúde sem recurso algum, num tempo em que não se sabia como tratar determinadas doenças. E nós, hoje, com toda a tecnologia, com todos os meios existentes, não podemos permitir que ela feche”, destacou.
Problema e possível solução
Desde 2015, o Beneficência apresenta uma redução progressiva de produção. O hospital já contou com 170 leitos, mas hoje tem poucos disponíveis para pacientes encaminhados pelo SUS.
Para administração do hospital, a solução passa por um empréstimo junto a instituições financeiras, porém, ainda não há sinalização para qualquer aporte dessa natureza. Frente a isso, uma proposta de Bonow, estimulou a criação de um grupo de trabalho a ser formado para analisar os problemas do Beneficência. “Precisamos encontrar um caminho para isso, e esse caminho vai ter que contar com o apoio do Ministério Público, da secretaria municipal de saúde, da direção do Beneficência e eventual instituição financeira. Além do SIMERS, estiveram presentes no encontro o presidente do Hospital Beneficência Portuguesa, José Antônio Pereira de Souza, o médico coordenador da atenção hospitalar de Urgências de Porto Alegre (SMS), João Marcelo Lopes Fonseca, vereadores, demais sindicatos, funcionários do hospital e população em geral.