O primeiro evento científico do ano promovido pela parceria institucional entre o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com apoio do Centro de Estudos Cyro Martins (CCYM), ocorreu na noite desta sexta-feira, 11, no Edel Trade Center, em Porto Alegre.
Para uma plateia com cerca de 40 pessoas, obedecendo às limitações legais em contexto de pandemia, o presidente do Simers, Marcos Rovinski, falou sobre as perspectivas da Medicina para os próximos anos, o papel e a importância das entidades médicas para a valorização da categoria. "Estima-se que em 2030 teremos mais de 800 mil médicos no Brasil. Com a sobrecarga neste mercado de trabalho, provocada pelo crescimento do número de faculdades, teremos um aumento da pjotização, das contratações precárias e das terceirizações em gestões das unidades de atendimento", destacou. “Por essa razão, faz-se cada vez mais necessária a representação e defesa dos médicos, que passam a trabalhar em crescente estado de esgotamento e adoecimento físico e mental, nesse cenário.”
Na sequência, o diretor-geral e coordenador do Núcleo de Psiquiatria e diretor-geral do Simers, Fernando Uberti Machado, apresentou relatório de ações e perspetivas do Nupsiq: "A partir de 2020, passamos a segmentar e especializar nossa atuação, e o Núcleo de Psiquiatria foi criado para termos uma equipe própria e com diretores Psiquiatras para tratar das demandas em saúde mental, reativa e pró-ativamente", destacou. Em relação à psiquiatria, afirmou que foram mais de 100 reuniões e audiências; 180 instituições visitadas, dezenas de pautas e projetos, alguns concluídos, outros em andamento ou planejamento. Também foram e estão sendo realizadas grandes campanhas envolvendo a Psiquiatria, como a de valorização do Hospital Psiquiátrico São Pedro e a de sensibilização da sociedade e gestores para a falta de assistência psiquiátrica, -“Loucura é a falta de assistência psiquiátrica”-".
No encerramento, o presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva, apresentou dados científicos que contrapõem as divulgações de supostos efeitos positivos da maconha e de seus componentes. "Não existe maconha medicinal, e temos comprovação de eficácia do canabidiol para apenas duas doenças, o resto é inconsistente e não verdadeiro", reforçou Silva. De acordo com os dados apresentados, a droga causa dependência de 37% dos usuários, podendo desencadear sintomas de psicose, esquizofrenia e depressão.
Da mesma forma, o Simers destacou o seu posicionamento contrário a qualquer forma de utilização, comercialização e cultivo da substância, e salientou as ações efetivadas para evitar a aprovação do Projeto de Lei 399/15, que permite o cultivo domiciliar da cannabis sativa. "Há inúmeros componentes na maconha que podem ser prejudiciais à saúde, especialmente o THC (Tetrahidrocanabinol) fortemente associado a casos de depressão, esquizofrenia, baixo rendimento cognitivo, entre outros. Não podemos permitir falsos dilemas que tem por objetivo reduzir a percepção de risco sobre maconha, gerar intencionalmente confusão e um cenário fértil ao forte “lobby” econômico envolvendo essa temática”. finalizou Uberti.
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