Após a propagação de fatos sem comprovação contra os obstetras que prestam serviços ao Hospital Victor Lang, em Caçapava do Sul, no centro do Estado, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), por meio de seu Núcleo de Obstetrícia, coordenado pela diretora Márcia Barbosa, reuniu-se com a administração da instituição de saúde no início da tarde desta quinta-feira, 4. O encontro virtual contou com a presença do vice-presidente do Simers, Marcelo Matias, e o Delegado do Simers em Pelotas, Paulo Barragan.
Aos gestores, Márcia elencou inúmeras queixas da categoria e, também, questionou a ausência de insumos e suprimentos, bem como o valor aviltante pago pelas horas de sobreaviso para estes profissionais, muito aquém dos valores de mercado. Outro importante debate foi referente à valorização da categoria, sendo vedada a intromissão no Ato Médico e nas técnicas obstétricas, que quando praticadas por profissionais capacitados - o médico - respeitam os preceitos técnicos da OMS e Ministério da Saúde e, não menos importante, os valores éticos, que embasam a Medicina como um todo.
O fato motivador do encontro, foi o aviso prévio apresentado pelo corpo obstétrico da Instituição, que deu-se em razão da extrema sobrecarga de trabalho, da falta de formalização contratual, da falta de segurança técnica (escassez de médicos de outras especialidades para dar suporte na hora do parto, tais como anestesista e pediatra neonatal), falta de insumos, atrasos nos pagamentos das Autorizações de Internação Hospitalar - AIH e do baixo valor pago a título de honorários (valor hora e sobreaviso.)
“Além dos ataques públicos e sem razão ou justificativas técnicas, os médicos se sujeitam, há décadas, a exercer suas atividades em um ambiente deficitário e com sobrecarga, sem dizer que os valores praticados pelo hospital figuram como um dos piores que o Simers teve conhecimento. Defasagem de 50% sobre o valor mais baixo registrado pela Entidade médica”, disse Márcia Barbosa aos administradores.
Cientes das demandas, os administradores se comprometeram a encaminhar um ofício ao Simers - o que ocorreu no fim da tarde- formalizando proposta de pagamento das AIH e, também, se comprometeram a formalizar os contratos de prestação de serviço. O pedido de demissão coletiva expira no próximo dia 21, até lá seguem as negociações.
“O Simers reitera seu compromisso de defender o médico e a saúde. O médico é soberano de suas escolhas e o Sindicato está ao lado da categoria e vai acatar o que ela decidir e julgar favorável, lhe prestando assessoramento e analisando tudo”, disse Marcelo Matias.
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