Integrantes do Núcleo de Psiquiatria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) se reuniram, nesta segunda-feira, 13, com entidades médicas do Estado para traçar estratégias sobre o envio de uma Carta Aberta à Câmara Federal contra o Projeto de Lei 399/15, que “permite o cultivo domiciliar da maconha (cannabis sativa) para fins medicinais e a comercialização de medicamentos que contenham extratos, substratos ou partes da planta”.
Participaram do encontro virtual o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Carlos Isaia Filho, o diretor de exercício profissional da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), Ricardo Moreira Martins, e o presidente da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina, Luiz Lavinsky. A opinião com relação à carta foi unânime, todos os participantes manifestaram apoio ao Simers e afirmaram estar em total acordo com o conteúdo do documento.
Por meio do Núcleo de Psiquiatria, o Simers tem emitido uma série de comunicados que reforçam o posicionamento da entidade sobre o assunto. Segundo o Psiquiatra e Coordenador do Núcleo de Psiquiatria do Simers, Fernando Uberti, só existe evidência científica conclusiva do Canabidiol para duas doenças muito específicas, não havendo conclusão sobre uso eficaz e seguro em outras patologias.
Além disso, o canabidiol é apenas um dos componentes da maconha, a qual é formada por diversos outros componentes que podem ser muito prejudiciais à saúde. “A ideia de que exista um uso medicinal da maconha é fantasiosa. E o que mais nos preocupa nesta narrativa é a redução da percepção de riscos sobre a maconha que isso causa nas pessoas, ignorando a associação comprovada da substância com quadros graves, como esquizofrenia”, salienta.
Com a assinatura das principais entidades médicas do Estado, a carta aberta deve ser encaminhada à bancada gaúcha na Câmara Federal a fim de que os deputados tenham conhecimento e base técnica para um necessário posicionamento contrário ao projeto.
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