Por superlotação, macas e poltronas viram leitos na saúde mental do IAPI

A emergência em saúde mental de Porto Alegre voltou a dar sinais de colapso. Depois da superlotação no pronto-atendimento psiquiátrico do Postão da Cruzeiro, zona sul da capital, flagrada no último dia 22, na tarde desta quinta-feira (28), o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo Mendes, e a vereadora Fernanda Melchionna (Psol) constataram a mesma situação no setor do Postão da Vila IAPI, na zona norte. A visita ocorreu após denúncia do alto número de pacientes em observação, acima da capacidade da emergência. Argollo e Fernanda foram informados de que no final da manhã havia 26 pacientes no local, que conta com 15 leitos. Entre eles, uma adolescente, que ocupava uma maca num consultório. Na internação, os dez leitos improvisados eram feitos em sofás, cadeiras e macas de transporte. O pronto-atendimento tem gestão terceirizada do Sistema de Saúde Mãe de Deus.

Argollo disse que vai responsabilizar criminalmente o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, por permitir essa situação enquanto o Hospital Parque Belém está com quase todos seus 250 leitos desocupados. Somente na área de dependência química, são 40 leitos, prontos para receber doentes. "Constatamos aqui um desrespeito aos direitos humanos, com as pessoas amontoadas por falta de leitos hospitalares para serem encaminhadas. Além disso, verificamos que há problemas com o transporte da Central de Regulação, pois alguns pacientes já conseguiram vagas, mas não conseguem ser transferidos", afirmou Argollo. A vereadora reforçou as manifestações do SIMERS: "É um verdadeiro escândalo as condições que as pessoas estão, deitadas em poltronas, uma situação extremamente grave". Ela também cobrou a implantação de novos Centros de Atendimento Psicossocial - Álcool e Drogas (CAPS AD). [aesop_gallery id="16961"]