Tramandaí: SIMERS flagra UPA sem remédios e número insuficiente de médicos
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) começou por Tramandaí, no Litoral Norte, a Operação de olho na Saúde no Verão 2017 para verificar as condições de atendimento. Nesta época do ano, a população duplica e até triplica...
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11/01/2017 17:58
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) começou por Tramandaí, no Litoral Norte, a Operaçãode olho na Saúde no Verão 2017 para verificar as condições de atendimento. Nesta época do ano, a população duplica e até triplica nos municípios exigindo mais estrutura. Na estreia da ação, a entidade já constatou irregularidades no funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), inaugurada em meados de 2016. Faltam medicamentos, equipamentos não funcionam e o número de médicos plantonistas é insuficiente. Além disso, os médicos, que são terceirizados, amargam atrasos no pagamento. Há turnos com apenas a metade do número exigido, dois em vez de quatro. A UPA faz 340 atendimentos por dia.
A equipe do Sindicato Médico verificou também as condições de trabalho dos médicos e a infraestrutura existente em hospitais e postos de saúde. A entidade conferiu a situação também no Hospital Tramandaí e postos, incluindo em Imbé, balneário vizinho. No veraneio, a população em Tramandaí dobra, segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE). Em Imbé, a taxa aponta que o fluxo de pessoas triplica. O SIMERS alerta que é preciso aumentar a estrutura de serviços para atendimento.
“Viemos conferir a qualidade do serviço, o atendimento à população e cobrar dos órgãos competentes que os direitos dos médicos sejam garantidos”, destaca o diretor do Sindicato, André Gonzales. Os médicos relataram ao Sindicato que, em poucos meses de funcionamento, já se registra falta de fármacos essenciais, como ácido acetilsalicílico, furosemida e noradrenalina. Também estão indisponíveis alguns tipos de exames laboratoriais e gasometria arterial. Equipamentos de eletrocardiograma e raio X ficam fora de funcionamento com frequência, relataram médicos e demais profissionais, segundo constatou o Sindicato Médico. “Não temos segurança nenhuma sobre o futuro, não sabemos quando vamos receber. É complicado atender em uma situação como essa”, afirma uma pediatra que trabalha no local. O SIMERS vai cobrar solução dos gestores do município.
Superlotação no Hospital Tramandaí
No Hospital Tramandaí, são atendidos 4 mil pacientes na emergência e 550 internações ao mês. Nesta quarta-feira, a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) estava lotada. Apesar do aumento do volume de pacientes neste período, a única reclamação dos médicos ficou por conta da dificuldade em conseguir ambulâncias para atendimentos eletivos.
No posto de saúde 24 horas de Imbé, o Sindicato Médico constatou deficiências na estrutura do prédio, já envelhecida e que precisa de atualização. Em dias de chuva mais intensa, ocorrem infiltrações na sala do raio X, o que exige que o equipamento fique fora de funcionamento para garantir a segurança dos funcionários. Outra melhoria necessária é a instalação de divisórias entre a recepção e a área onde ficam os usuários que aguardam atendimento. A preocupação é que, sem isso, em eventual situação mais tensa, haja alguma atitude violenta mais direta contra os profissionais.
“O médico é a ponta que mais sofre. O que encontramos aqui são deficiências gerais do próprio sistema, assim como acontece em outras cidades litorâneas. É difícil gerenciar uma situação em que a realidade é uma de março a dezembro e outra completamente diferente de dezembro a março”, ressalta o médico Pedro Osvaldo Vaz, que atende no local há 12 anos.
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