A luta do Simers para evitar o fechamento de hospitais e conter o desmonte da Saúde pública no Rio Grande do Sul está ganhando ainda mais força e abrangência. Na tarde desta terça-feira (15), o presidente da entidade médica, Paulo de Argollo Mendes, participou de um Grupo de Trabalho formado pela Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs) com o objetivo de defender a manutenção dos hospitais de pequeno porte (HPPs) – os mesmos que o governo estadual pretende fechar.
Para Argollo, a iniciativa é fundamental para garantir que esses hospitais sigam funcionando. "Essas instituições são extremamente importantes para suas comunidades e, muitas vezes, são a única referência para uma série de municípios do entorno que não possuem nenhum hospital", explica o presidente do Simers.
O Simers luta contra o fechamento dos HPPs pelo menos desde 2014, quando a Secretaria Estadual de Saúde editou regras para limitar atendimentos e cirurgias nesse tipo de instituição. Desde então, a entidade médica tem demonstrado, em reiteradas ocasiões (leia
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Agora, com o Grupo de Trabalho formado na Famurs, essa luta se torna ainda mais relevante. "O Simers e a Famurs estão trabalhando juntos na defesa da manutenção dos hospitais de pequeno porte", garante Argollo.
Entenda a luta
• Desde junho de 2015, o governo estadual vem trabalhando para regionalizar os partos, em uma ação que tem como consequência direta o fechamento dos HPPs, especialmente aqueles localizados em pequenas e médias cidades do interior.
• Segundo a Famurs, há 154 HPPs no Estado. Destes, 48 estão em grave crise financeira e podem ser transformado em Pronto Atendimento de Urgência (PADU).
• Caso isso aconteça, a Famurs calcula que pelo menos 406 leitos hospitalares serão fechados no Estado, o que aumentará a demanda pela “ambulancioterapia” – em que pacientes são obrigados a buscar transporte até outras cidades para receber tratamento.