Simers lança campanha pela reabertura do Hospital de Pronto-Socorro de Canoas

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) quer mobilizar a sociedade para a urgente necessidade de reabertura do Hospital de Pronto-Socorro de Canoas (HPSC), fechado há mais de 90 dias devido às enchentes que assolaram o estado. Com o tema “Abrace o HPSC”, o Simers convida entidades e órgãos municipais e estaduais para buscar soluções que viabilizem a retomada de um hospital que é referência para 103 municípios, o que representa uma população de três milhões de pessoas. A iniciativa vai culminar com um abraço ao hospital, às 11h30min do dia 27 de agosto, incluindo a participação da comunidade.

Para a diretora e coordenadora da Região Metropolitana do Simers, Gabriela Schuster, o HPSC de portas fechadas representa um risco para quem precisa do atendimento de urgência e emergência, principalmente às vítimas de violência ou de trauma, como acidentes de trânsito, quedas e queimaduras. “A reabertura do Hospital de Pronto-Socorro de Canoas é crucial, porque ele atende cerca de 4,2 mil pacientes por mês e o fechamento sobrecarrega outros hospitais, os quais não têm o mesmo fim e a mesma estrutura de pronto-socorro para garantir o acesso rápido a cuidados de emergência”, afirma Gabriela.

O também coordenador da Região Metropolitana do Simers, Daniel Wolff, lembra que o HPSC foi desenhado para que os fluxos e processos do atendimento aos pacientes vítimas de trauma sejam efetivos e com a máxima segurança para o paciente. “O Hospital de Pronto-Socorro de Canoas tinha capacidade de garantir que o paciente que chegasse na sala vermelha, em situação crítica, fosse encaminhado para a cirurgia em até cinco minutos. O que é fundamental para quem corre contra o tempo para salvar vidas”, destaca.

O diretor do Simers também reforça que o Simers vem se reunindo com os médicos e gestores, tanto do HPSC como do Hospital Nossa Senhora da Graças e do Hospital Universitário de Canoas, para ver de perto a realidade dos profissionais e do atendimento em meio à nova realidade. “Enquanto o Pronto-Socorro está com as portas fechadas e sem data prevista para reabrir, os médicos e demais profissionais estão alocados no Hospital Nossa Senhora da Graças. São desde cirurgiões plásticos até buco-facial que não podem contar com a estrutura ideal para exercer a pleno as suas especialidades, voltadas a atender pacientes, na maioria das vezes, de alta complexidade. Precisamos do HPSC reaberto, já”, enfatiza Wolff.

HPSC inundado

O Hospital de Pronto Socorro foi inundado durante a enchente que atingiu Canoas, no começo de maio, quando mais da metade da cidade foi afetada. A água chegou a dois metros de altura no hospital, o que comprometeu todo o primeiro pavimento, resultando em perdas que ultrapassam os R$ 37 milhões. Para a retirada dos pacientes e dos moradores que foram buscar abrigo no local, foi necessária a abertura de um buraco na parede do segundo andar. Ao todo, cerca de 400 pessoas foram resgatadas de barco e helicóptero.