Simers presente no 23º Congresso Gaúcho de Ginecologia e Obstetrícia realizado em Porto Alegre
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Simers presente no 23º Congresso Gaúcho de Ginecologia e Obstetrícia realizado em Porto Alegre

Entidade é parceira do evento, que já começou com mais de 1,3 mil inscritos, superando os números da edição passada.

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08/10/2024 09:11

O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcos Rovinski, participou da mesa de abertura do 23º Congresso Gaúcho de Ginecologia e Obstetrícia (CGGO), na noite de quinta-feira, 3. O evento se estendeu até o sábado, 5, no Centro de Eventos do Barra Shopping, em Porto Alegre. Realizado pela Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Sul (Sogirgs), o Congresso reuniu mais de 1,3 mil profissionais, entre médicos, estudantes e instituições de saúde, que discutiram e compartilharam conhecimento técnico e científico, através de palestras, apresentação de trabalhos e cursos. 

“É uma honra estar participando da abertura ao lado de tantos profissionais de renome e representando o Sindicato Médico do RS. Encontros como este são oportunidades únicas de discutir os avanços e os desafios da nossa profissão. O Simers, como maior Sindicato da América Latina, tem na área da Ginecologia e Obstetrícia um núcleo de grande atividade e objeto de nossa atenção. Pois vivemos um momento impactante da invasão de profissionais não médicos ingressando no cenário da especialidade, além do alarmante fechamento de Centros Obstétricos e UTI’s Neonatais no Estado, situação que coloca em risco a saúde de mães e bebês. Mas estamos vigilantes para mudar essa realidade”, afirmou Rovinski.

O presidente da Sogirgs agradeceu a comissão científica do evento, os núcleos acadêmicos da Associação e exaltou os números alcançados nesta edição. “Hoje somos um dos maiores Congressos de Ginecologia e Obstetrícia do país, com mais de 1,3 mil inscritos, 80 palestras nacionais e internacionais e 470 trabalhos científicos É um evento grandioso, o maior do Estado. Nosso objetivo é a difusão do conhecimento científico e para isso trouxemos grandes nomes da especialidade”, observou Lucas Schreiner.

O diretor e coordenador do Núcleo de Obstetrícia, Marcelo Sclowitz, destaca a relevância do encontro e os momentos de aprendizado que estão sendo proporcionados. “O Congresso gaúcho tem sido muito importante, pois tem tratado de temas do dia-a-dia do ginecologista e obstetra, sempre buscando apresentar atualizações e as últimas diretrizes científicas sobre a área”, salientou. Para Sclowitz, os cursos que ocorreram no pré-congresso, também abordaram temas interessantes, como o curso de fórceps e vácuo e o de manejo de hemorragias intra e pós-parto. “São temas extremamente importantes. A hemorragia de pós-parto, por exemplo, é uma causa de mortalidade materna expressiva. Então, é fundamental que se treine os médicos jovens para o manejo dessas patologias. “A cada ano surgem novas técnicas, medicações e tratamentos. Agregar informação é sempre muito importante para o médico. Isso se traduz no atendimento adequado as pacientes”, diz.


Conferências

As salas Laçador, Serra e Pampa do Barra Shopping Sul foram palco de mesas redondas e conferências durante toda a sexta-feira, com professores e médicos reconhecidos. Foram debatidos temas como prematuridade, medicina fetal, doenças hipertensivas na gravidez e outros aspectos do dia-a-dia do médico. A diretora do Simers e também integrante do Núcleo de Obstetrícia, Scarlet Orihuela acompanhou as demais palestras do evento e salientou a importância de aprimorar o conhecimento sobre a saúde das mulheres. “O evento foi incrível, com recorde de público e debates de temáticas que vemos em nossa prática clínica. Foram abordadas tanto tecnologias inovadoras quanto revisadas condutas do dia a dia do ginecologista e obstetra, em diferentes faixas etárias e com diferentes queixas, desde a adolescente até a mulher na menopausa”, enfatiza Scarlet.

Destaques da Programação

Na conferência “Exames relevantes na rotina ginecológica”, Ana Carolina Japur de Sá Rosa e Silva, presidente da Comissão Nacional do TEGO (Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia) da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, questionou o exagero de exames muitas vezes solicitados pelos médicos sem que, necessariamente, sejam aproveitáveis para um diagnóstico preciso. “Exames em demasia podem mais atrapalhar do que ajudar. Você fica com uma lista de dados que, se não forem personalizados, a gente não sabe muito bem para que servem, nem como interpretar. Há contextos clínicos, sim, mas, de maneira geral, são situações clínicas fora da alçada do ginecologista”, salientou Ana Carolina Japur de Sá.

Saúde da adolescente

Na mesa-redonda “Saúde da adolescente”, Liliane Diefenthaeler Herter, professora adjunta de ginecologia da UFSP e chefe do Centro de Ginecologia da Infância e Adolescência do Hospital da Criança Santo Antônio, questionou se são necessários exames de rastreamento na consulta da adolescente. “A adolescente é impulsiva e está em um momento frágil da vida. A gente precisa saber do que que morre essa população e do que que ela adoece. Não há como atender adolescente e não falar de contracepção, por exemplo. Precisamos conversar com as pacientes e criar vínculo”, disse Liliane Diefenthaeler Herter.

O vice-presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia para a Região Sul, Jan Pawel, participou da mesa-redonda dedicada à adolescência, abordando sobre como lidar com os contraceptivos de longa duração nessa faixa etária. “Esse tema está intimamente relacionado a problemas muito sérios, como depressão pós-parto e psicose corporal, intimamente relacionados à gestação indesejada. Isso é pandêmico, porque 41% das gestantes do mundo engravidam sem querer, e aqui estão incluídos dados de Finlândia, Noruega, Suécia, países que têm uma taxa de fertilidade e de natalidade muito baixa. Nos Estados Unidos, metade das mulheres engravidam sem querer ainda hoje”, garantiu.

Anticoncepcionais

O médico chamou a atenção sobre o fato de que, dos anos de 1970 para cá, aumentou o número de usuárias de anticoncepcionais modernos. Contudo, o número de mulheres que desenvolvem gestação não planejada cresceu junto. “Pesquisas dão conta de que, para cada 100 pacientes que vocês prescrevem pílula, só 19 terminam o ano usando essa pílula. Isso significa que 81 de deixaram de tomar. É assustador, mas também vamos encontrar pesquisas demonstrando que 64% das usuárias de injeção mensal param de usar. Então não é a pílula, não é só esquecer a pílula. É a inadequação da prescrição.”

Terapia Hormonal

Outra palestra que foi destacada no evento: “Terapia Hormonal, muito além dos benefícios nos sintomas”, com Maria Celeste Wender, Professora Titular de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). “Sabemos que o maior risco que as mulheres correm para sua saúde, em tempos de menopausa, é o de morrer por doença cardiovascular, quando não realizada a devida reposição hormonal. Precisamos saber informar a mulher sobre seus benefícios. É consenso da Sociedade Brasileira de Climatério que o máximo de benefício que o estrogênio pode oferecer é quando ele é introduzido logo que ele falta. Porque se a gente deixa essa mulher descoberta por muitos anos e vai entrar com terapia hormonal depois de 10 anos que ela entrou na menopausa, nós sabemos que aí o inverso pode acontecer”, informou.

Também contou com outras conferências, palestras e mesas-redondas, como “Sangramento Uterino Anormal”, com Gabriela Rostirola (RS) e os debatedores Tiago Selbach (RS) e João Pedro Hoefel (RS); “Endométrio: quando e como avaliar”, com Suzana Arenhart Pessini (RS);”Exercícios físicos na gestação: Qual o ideal e como recomendar?”, com Roberta Bgeginski (Canadá) (On-line) e “Prevenção de câncer de colo do útero – quebrando paradigmas”, com Mila de Moura Behar Pontremoli Salcedo (USA).

Destaques da programação

A programação científica teve seguimento na manhã de sábado nas salas Laçador, Serra e Pampa. A Sessão Interativa de Obstetrícia debateu “Doença hipertensiva na gestação: da preconcepção à pós-menopausa”. Coordenada pelo chefe do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Moinhos de Vento e diretor científico da Sogirgs, Edson da Cunha Filho, a Sessão questionou a submissão de gestantes com hipertensão à exame desnecessário e a importância de haver um consenso clínico sobre o assunto. "Tem pacientes que têm fator protetor da pré-eclampsia. Mas é de interesse que todos falem a mesma língua. O rastreio tem que funcionar, mas não podemos submeter a exames sem necessidade", garantiu. 


A plateia pode fazer perguntas e as respostas foram comentadas pelos debatedores: José Geraldo Lopes Ramos (RS), Sérgio Martins Costa (RS) e Ricardo Cavalli (SP), que participou on-line. O professor titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRPUSP e membro da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (RBEHG), Ricardo Cavalli, observou o tipo de tratamento ofertado via SUS às gestantes hipertensivas. "O controle da pressão no primeiro trimestre é essencial e precisamos aproveitar as janelas de oportunidade existentes. Gestantes que consultam via SUS precisam ter acompanhamento efetivo, para ter chances de controle no decorrer da gestação".

O coordenador do debate encerrou fazendo um alerta. "Pacientes com eclampsia precisam de atenção mesmo após a gestação, pois são mulheres que podem desenvolver problemas sérios de pressão, cardiológicos e até AVC".

Estande do Simers

O estande do Simers foi um dos espaços mais procurados pelos congressistas no Centro de Eventos do Barra Shopping Sul. Médicos e estudantes desfrutaram dos cafés oferecidos e participaram dos sorteios de prêmios personalizados. Os participantes levaram para casa bloco de anotações, canetas, porta celular, entre outros. Entre os mais concorridos estavam o difusor e os copos térmicos. Cerca de 700 prêmios foram sorteados nos três dias de evento.

Na manhã do sábado foi sorteada uma cafeteira Nespresso, onde mais de 550 congressistas concorreram. A vencedora foi a médica Luísa Lenz Sfair, que ressaltou a relevância do Sindicato Médico. “Já fui associada no período que fazia residência médica. Foi importante contar com o apoio da entidade naquele momento. Acho interessante essa aproximação com os médicos através desses momentos de descontração”, apontou.


 

Tags: Ginecologia e Obstetrícia Medicina Médicos Núcleo de Obstetrícia Simers Obstetrícia Simers 93 anos

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