Simers realiza mobilização pela manutenção do Hospital Psiquiátrico de Rio Grande

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), por meio de seu diretor e coordenador do Núcleo de Psiquiatria, Fernando Uberti, e o presidente do Sindicato dos Médicos de Rio Grande (Simerg), Marco Antônio de Freitas, lideraram agendas em prol da manutenção dos leitos do Hospital Psiquiátrico, em Rio Grande, no Sul do Estado. O grupo esteve no Município nesta quarta-feira, 24.

O objetivo foi iniciar um grande envolvimento de diferentes instituições, como Prefeitura de Rio Grande, Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e Complexo Hospitalar Santa Casa, no sentido da criação de uma solução que viabilize o Hospital Psiquiátrico aberto, qualificado e até mesmo expandido. 

A instituição de saúde, hoje gerida pela Santa Casa de Rio Grande, vem sofrendo fortes ameaças de fechamento, devido à suposta insustentabilidade financeira. "Infelizmente o serviço requer viabilidade econômica. Hoje operamos com um déficit milionário. Não estamos nos negando a nada. Há disposição e diálogo para que consigamos chegar a um desfecho positivo", disse Renato Silveira, Ptesidente do Complexo Hospitalar Santa Casa. 

A Santa Casa demonstrou abertura a qualquer alternativa que represente sustentabilidade financeira e manutenção da assistência no local, e anunciou a criação de 30 leitos psiquiátricos no Hospital Geral do Complexo, independente da negociação envolvendo a atual estrutura hospitalar psiquiátrica.

Ainda na tarde de quarta-feira, a comitiva do Simers/Simerg contou com  o apoio do deputado Estadual, Dr. Thiago Duarte, Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Hospital São Pedro, que compareceu nos demais encontros realizados. 

Na Prefeitura, o Prefeito Fábio Branco garantiu que o Executivo Municipal está atento ao tema e que será parceiro em qualquer alternativa que signifique manter o Hospital aberto.   “Não permitiremos fechar os leitos. Queremos qualificar o serviço e melhorar o sistema", afirmou Fábio.

Na FURG, a pauta foi encaminhada ao Reitor, Professor Danilo Giroldo, que demonstrou total interesse da instituição em participar de uma alternativa que garanta a unidade hospitalar funcionante e aperfeiçoada. Segundo ele "essa área carece de maior espaço no mundo acadêmico local. Temos, sim, interesse na manutenção deste serviço, ancorado também no ensino, sempre", reiterou. 

A alternativa seria a absorção ou incorporação da estrutura por parte do HU-FURG, através da EBSERH, porém sendo necessário avaliar detalhadamente junto à Direção Nacional da Ebserh essa possibilidade. O tema será levado ao conhecimento do Ministério da Educação e da Saúde, em Brasília, em possível agenda envolvendo o Deputado Thiago Duarte, outros parlamentares, Simers e FURG. Além disso, Giroldo também ressaltou que a FURG pode ser parceira em outro modelo, o da criação do Centro Regional em Neurociências.

Deve ser formado um Grupo de Trabalho, composto por Simers, Santa Casa, Prefeitura de Rio Grande, FURG e lideranças políticas, com o objetivo de definição e ajuste do modelo a ser adotado para garantir que o Hospital permaneça aberto.

No início da noite, as agendas foram finalizadas na sede do Simerg, onde aconteceu uma AGE (Assembleia Geral Extrsordinária) com médicos psiquiatras da Santa Casa. Liderados pelo presidente do Simerg, os profissionais deliberaram sobre o cenário vivenciado e as reuniões realizadas ao longo do dia, definindo, em conjunto com o Simers, os próximos passos a serem tomados pela categoria. A situação do HP-Rio Grande será relatada por ofício  à  Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (ALRS). Além disso, o presidente do Simerg pontuou a necessidade "da manutenção dos empregos e dos vencimentos dos trabalhadores do hospital. Quem absorver o hospital precisa também ter um olhar diferenciado a esse ponto", disse Marco Antônio. Foi definido na AGE que, independente do novo modelo de gestão do Hospital, a manutenção dos postos de trabalho dos profissionais junta à Santa Casa, sem prejuízo de remuneração, é um aspecto imprescindível.

Segundo Fernando Uberti, “foi um dia muito produtivo, em que saímos desse conjunto de reuniões com a certeza do envolvimento de diferentes e importantes instituições em torno do ponto consensual: o Hospital Psiquiátrico não pode fechar. Agora avançaremos na definição do melhor modelo para isso, garantindo assistência em saúde e ensino, expansão e qualificação da rede de assistência psiquiátrica em Rio Grande e no Estado.