Simers realiza visita técnica no Centro de Saúde Modelo e no Posto da IAPI, afetados pelo temporal em Porto Alegre

A falta de energia elétrica causada pelo temporal desta segunda-feira, 31, prejudicou o funcionamento dos Centros de Saúde Modelo e do Posto IAPI, em Porto Alegre. Atenta aos reflexos do problema no atendimento à população, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) realizou visita técnica aos locais ainda na manhã desta terça-feira, 1º, para conferir a situação e colaborar para a retomada dos serviços médicos a pleno. 

“O Sindicato vai sempre ao encontro das necessidades que existem para que a população seja melhor atendida e das condições para que os médicos atendam melhor essa população”, afirma o diretor José Fossari, que representou o Simers nas visitas.

A chegada ao Centro de Saúde Modelo ocorreu às 10h30min, ainda sem energia elétrica àquela altura e atendendo a apenas casos agudos (ou seja, com restrição de pacientes que não fossem de emergência). O diretor José Fossari avalia que a restrição está de acordo com as condições impostas pelo temporal, permitindo que os médicos prestem o atendimento mais adequado possível diante desse cenário.

Sem eletricidade

A direção do Simers constatou que, sem eletricidade, havia dificuldade de distribuição de água na unidade. O local conta com problemas estruturais, com infiltração de água pelo telhado e sujeira nos aparelhos de ar-condicionado. Ainda assim, os médicos permaneceram à disposição da comunidade até as 20h de segunda-feira, mesmo durante o temporal.

“A decisão de restringir o atendimento a casos de urgência foi muito adequada. Mas houve outras queixas em relação às condições do prédio. Muitas fezes de pomba, causando risco de uma doença como a criptococose. Os colegas dizem que o teto encharca, aquela água passa para o chão, fica escorregadio. É um prédio antigo que, notadamente, precisa de reforma, para dar o melhor acolhimento aos profissionais de saúde e também aos pacientes que ali chegam”, observa o diretor.

Já no IAPI, a comitiva do Simers não foi recebida. Foi possível constatar que o prédio ainda se encontrava sem energia elétrica, por volta das 11h30min. No entanto, alguns médicos fizeram questão de conversar com o diretor Fossari, fora das dependências do centro de saúde, a fim de relatar dificuldades no trabalho do dia a dia. Segundo Fossari, há dificuldade de encaminhamentos. 

“É uma unidade básica de saúde que funciona, muitas vezes, como uma unidade de pronto-atendimento. Pacientes com sintomas de infarto ou acidente vascular cerebral chegam e os colegas têm dificuldade muito grande para encaminhar aos hospitais, demorando até duas ou três horas para serem transferidos”, aponta.

Os médicos relatam que a quantidade de pacientes atendidos por hora, que nominalmente é de três, ultrapassa esse limite. Além disso, a falta ou avaria de equipamentos como impressoras e aparelhos de ar-condicionado dificulta o atendimento adequado aos pacientes.

Dificuldade de acesso

A intenção era visitar as instalações para compreender as necessidades de infraestrutura e colaborar para o saneamento das dificuldades. No entanto, o acesso foi restringido: no Centro de Saúde Modelo apenas o diretor José Fossari teve acesso aos médicos para conversar sobre a situação, enquanto no IAPI a comitiva não foi recebida.

“Preciso salientar que tive uma dificuldade muito grande de acesso. Falei com o secretário (municipal de Saúde), Fernando Ritter, ele me autorizou a entrada no Modelo para falar com os médicos. Chegando ao IAPI, fomos impedidos novamente de entrar, o que acho extremamente lamentável, porque são situações que vão ao encontro das necessidades. As coisas podem ser melhoradas. Com isso todo mundo ganha, principalmente a população e os profissionais de saúde que estão ali”, conclui.