Simers reforça que redução de leitos neonatais e obstétricos agravam a situação dos cuidados a prematuros

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) apresentou um mapeamento que expôs a redução de leitos neonatais e obstétricos no estado, agravando a situação dos cuidados a prematuros. Os dados foram abordados pelo coordenador do Núcleo de Pediatria do Simers, Daniel Wolff, durante audiência pública realizada na quarta-feira, 13, pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do RS (ALERS), proposta e presidida pelo deputado Dr. Thiago Duarte (União). O encontro abordou os desafios e estratégias para reduzir os partos antes das 37 semanas, principal causa de mortalidade infantil até os cinco anos de idade.

Segundo os dados levantados pelo Simers, entre 2018 e 2024, 65 estabelecimentos no Rio Grande do Sul deixaram de ofertar leitos obstétricos e cirúrgicos, enquanto apenas quatro passaram a oferecer esses serviços. Houve uma redução de 5% nos leitos neonatais, caindo de 905 para 860, situação que sobrecarrega o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), onde há apenas 2,9 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal para cada mil nascimentos.

"A situação no Rio Grande do Sul é preocupante, com a taxa de prematuridade atingindo 13%, acima da média nacional. Países da América do Sul com área menor do que o Brasil, como Argentina e Chile, contam com o índice de 5,73 e 4,08, respectivamente. Precisamos de mais unidades de atendimento intensivo neonatal distribuídas pelo estado, devido à grande extensão territorial. É urgente que haja maior atenção para reduzir essas taxas a níveis mais aceitáveis, pois temos condições de oferecer um serviço de saúde de melhor qualidade para a população", destacou o diretor do Simers.

Fotos: Lucas Kloss | Agência ALRS