Simers relata problemas do Centenário ao Ministério Público

Médicos e representantes do Simers levaram ao Ministério Público nesta terça-feira (09) uma denúncia contra o descumprimento de normas relativas à gestão plena da Saúde por parte do Hospital Centenário, de São Leopoldo. Na Promotoria de Justiça Cível da cidade, o grupo também denunciou a falta de profissionais, de medicamentos, de estrutura e de atendimento médico especializado no Centenário. O Simers pediu providências.  

A audiência foi marcada a partir de uma vistoria técnica realizada pelo Simers em agosto deste ano. Na ocasião, foi constatada a falta de médicos e de medicamentos, além de superlotação, principalmente na Emergência. O Simers registrou, ainda, número insuficiente de profissionais especializados na pediatria e traumatologia. Algumas pessoas estavam entubadas na Emergência do hospital havia dias, mas não podiam ser transferidas para a UTI devido à falta de leitos – a estrutura é insuficiente para dar conta da demanda. A promotora Alessandra Moura estava ciente da situação. Ela própria já havia comparecido ao Centenário e constatado o caos no setor de emergência. 

Para a diretora do Simers Clarissa Bassin, a solução não é fechar serviços, mas sim ampliá-los. ”Existe um problema de desorganização e de gestão, que pode ser solucionado – não impactando na questão orçamentária”, afirmou. A diretora relata, ainda, que o Centenário é objeto de um debate político: toda a vez que muda a gestão, o hospital é "refeito".

“Fico impressionada com a queda na qualidade e estrutura. A administração não abre concurso há anos, e sabe-se lá se os profissionais iriam se inscrever porque existe já a fama de atrasarem salários dos servidores, seja a gestão que for”, destaca Clarissa.  

Na reunião com o MP, ficou acertado que seriam agendadas novas reuniões para tratar de cada área específica do Centenário, sempre com a presença do Simers, da administração do hospital e das equipes em questão – começando pelo setor mais crítico, que é o de Emergência.