O vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, esteve reunido com o prefeito em exercício, Nedy de Vargas Marques, nesta quinta-feira, 9, para tratar sobre o atual cenário da Saúde em um dos principais municípios gaúchos. A agenda aconteceu na sede da administração com a presença de secretários e da Procuradoria Municipal, além do representante do Cremers, médico Eduardo Trindade.
No encontro, o vice-presidente da entidade médica propôs uma mesa de negociações, com reuniões periódicas, para discutir soluções que garantam a qualidade e a segurança assistenciais. "A gestão municipal se comprometeu em compor esse canal de debates, pois é fundamental que seja revertido esse cenário de falta de estrutura mínima de atendimento e de pagamento aos médicos, promessas que até hoje não foram cumpridas", ressalta o vice-presidente do Simers.
Matias fez um relato sobre as ações do Sindicato em prol dos médicos e da população, na defesa da Saúde canoense. O dirigente lembrou os problemas ocasionados desde o fim do contrato entre a Prefeitura e a Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp), na gestão da Saúde local, com o não pagamento aos médicos da Tenda Covid (leia mais a seguir) e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Boqueirão. “Ao longo desses meses, o Simers vem buscando que a prefeitura tenha responsabilidade e condições de gerir a Saúde de Canoas, com valorização aos médicos, recursos humanos, insumos e medicamentos. Sobretudo, com respeito àqueles que necessitam do atendimento pelo Sistema Único de Saúde”, reforça.
Crise na pediatria
Além disso, o dirigente falou sobre a crise na assistência pediátrica, com o fechamento da emergência especializada no Hospital Universitário (HU), devido à falta de medicamentos e de insumos, sendo necessário que os profissionais utilizassem de recursos próprios para a compra, até mesmo, de antitérmicos. Isso somado à demissão coletiva dos pediatras da UPA Rio Branco, devido à ausência de retaguarda do hospital para receber os casos graves.
Para o vice-presidente do Simers, sem as condições mínimas para a assistência, nem mesmo a melhor remuneração do Estado vai atrair pediatras para Canoas. “Nós queremos que tudo volte a funcionar, para que os colegas tenham o básico para atuar. O Sindicato Médico está à disposição da Prefeitura, na defesa não apenas dos médicos, mas também, da população”, destaca Marcelo.
Tendas Covid
O vice-presidente do Simers também rememorou o caso dos médicos que atuaram nas chamadas Tendas Covid, em março deste ano, os quais estão sem receber a remuneração pelo trabalho realizado. De acordo com a alegação do município, o fato se deve à prestadora dos serviços não apresentar a devida documentação para a verificação das condições contratuais e, dessa forma, quitar o compromisso junto aos médicos.
Durante o encontro com a Prefeitura nesta quinta-feira, o município afirmou que poderia encontrar outras formas jurídicas para honrar os débitos com esses médicos que atuaram na linha de frente no combate à pandemia. “O procurador afirmou que a municipalidade ingressaria com uma ação judicial visando consignar os valores decorrentes dessa prestação de serviços, para efetuar os pagamentos devidos. Vamos acompanhar de perto para que os médicos recebam os valores devidos”, destaca Marcelo Matias.
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