Simers vai encaminhar documento ao IC-FUC para saber sobre a situação dos residentes da Cirurgia Cardíaca

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) vai encaminhar um ofício ao Instituto de Cardiologia - Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC) para saber informações sobre a situação dos médicos residentes da Cirurgia Cardíaca que atuam no hospital da Capital. A pauta foi debatida em reunião on-line, no início da tarde desta sexta-feira, 24, quando o presidente do Simers, Marcos Rovinski, e a diretora de Porto Alegre da entidade, Alessandra Felicetti, ouviram as preocupações dos futuros especialistas, no que diz respeito à formação em meio à crise financeira que vive o IC-FUC.

O documento, que também será enviado à Comissão de Residência Médica (Coreme) da instituição, vai reforçar a necessidade de manutenção de, no mínimo, quatro cirurgias por dia, para manter a qualidade da prática dos 14 pós-graduandos. Além disso, o Simers quer saber sobre a defasagem de recursos humanos para compor as equipes para a realização de cirurgias, bem como de materiais e insumos.

Anestesistas

Já a situação dos anestesistas que prestam serviços no Instituto de Cardiologia também é motivo de preocupação para o Sindicato Médico. Segundo informações repassadas ao Simers, as cirurgias eletivas estão suspensas e apenas as cirurgias de urgência estão sendo realizadas, enquanto acontece uma negociação entre os anestesistas e os gestores, para garantir segurança sobre os pagamentos e melhorias nos contratos.

“O Simers está vendo com apreensão todo este cenário e queremos que tudo seja resolvido o mais breve possível, para que os médicos recebam pelo trabalho realizado, assim como os residentes tenham um importante espaço de formação, em uma especialidade tão específica e complexa como a da Cirurgia Cardíaca. E, principalmente, que a população possa contar com o atendimento de excelência prestado pelo hospital”, diz Rovinski.

Nesta segunda-feira, 20, o IC-FUC entrou com pedido de recuperação judicial e demitiu 20% dos funcionários, entre os quais estão 21 médicos. A medida faz parte de um acordo com o Ministério Público e entidades de saúde, para viabilizar a reestruturação econômica. Para se ter uma ideia, nos últimos cinco anos, as cirurgias cardíacas feitas pela entidade diminuíram de 3,5 mil para 2,7 mil.