Sindicato Médico luta contra o fechamento da maternidade de Viamão
Em plenária do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Viamão realizada na quinta-feira (15), na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) se posicionou contra o projeto de fechamento da...
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21/03/2017 15:42
Em plenária do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Viamão realizada na quinta-feira (15), na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) se posicionou contra o projeto de fechamento da maternidade do município e questionou a falta de diálogo na definição.
Segundo a direção do Hospital Viamão, administrado pelo Instituto de Cardiologia, a medida seria necessária por conta da diminuição de 20% nos repasses feitos pelo Governo do Estado à instituição, mudança ainda sem data para acontecer. Com isso, seriam cerca de R$ 650 mil de verba a menos por mês.
A solução apresentada pela mantenedora é a criação do projeto Parto Mais Seguro, em que as mulheres seriam recebidas na emergência do Hospital Viamão e depois transferidas para o Hospital Alvorada, responsável por todos os partos. Para o transporte, seria utilizada uma ambulância própria.
Para o obstetra Luiz Fernando da Costa Vieira, a medida é um erro que vai afetar, sobretudo, a população mais carente de Viamão. “Não se pode adiar um parto e pedir que uma mãe espere um pouco mais até ser transferida. Além disso, temos entre dois e três nascimentos por dia em nosso hospital. Essa demanda adicional vai sobrecarregar a unidade de Alvorada em pouco tempo”, destacou em sua fala.
Além disso, a mudança não parece considerar as cerca de cinco mil consultas realizadas anualmente na maternidade, que oferecem todo o apoio a gestantes, mães e seus filhos. Afinal, como lembra a pediatra Olívia Romero Vaz, para muitas delas o Hospital de Viamão é o único local que oferece acesso ao atendimento pediátrico. “Quem vai suprir essa demanda e levar todas elas até Alvorada? As mulheres e mães precisam ser ouvidas nesse debate e não apenas condenadas a perder direitos”, ressaltou durante a plenária.
Comissão para discutir o assunto
Em sua fala, o prefeito André Pacheco enfatizou que a tomada de uma decisão como essa sem um diálogo mais amplo é prematura. Como proposta, ele e Vieira sugeriram a criação de um grupo que reúna representantes das entidades envolvidas. A comissão seria responsável por analisar as necessidades de cortes e o impacto que o fechamento da maternidade poderia gerar, além de buscar soluções alternativas para o problema.
A plenária contou com a presença de diversas entidades, incluindo representantes do Conselho Estadual de Saúde e da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, além de vereadores e de moradores de Viamão.
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