Sistema de telemedicina da UFRGS auxilia 3500 atendimentos à distância por mês
Um médico de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul atende um paciente e não consegue concluir um diagnóstico. Outro profissional de uma equipe de Atenção Básica de uma comunidade...
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11/10/2016 11:17
Um médico de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul atende um paciente e não consegue concluir um diagnóstico. Outro profissional de uma equipe de Atenção Básica de uma comunidade ribeirinha do Amazonas tem dúvida em relação ao melhor tratamento. Um terceiro tem dificuldade de concluir qual o procedimento adequado para tratar um paciente no interior de Goiás dada a falta de infraestrutura do posto de saúde.
A atenção primária à saúde é o serviço que atinge as áreas mais inóspitas e pobres do país, prevenindo e tratando doenças dos mais necessitados antes que se tornem casos graves. O problema é que, em função da falta de recursos e da infraestrutura precária, médicos enfrentam muitas dificuldades em prestar o serviço e, com frequência, precisam encaminhar os pacientes para serviços especializados ou hospitais em outras cidades. Para qualificar os serviços de atenção primária do SUS e evitar que a população precise se deslocar para grandes centros, mais de 50 médicos especialistas trabalham no projeto TelessaúdeRS da UFRGS, em Porto Alegre.
O serviço do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade atende, via telefone ou site, médicos de qualquer Unidade Básica de Saúde de todo o país que queiram discutir casos clínicos, questões diagnósticas ou terapêuticas. A consultoria também pode ser feita por videoconferência, com agendamento em até 72 horas.
São cerca de 3.500 casos clínicos discutidos por mês, sendo que mais da metade evita encaminhamento do paciente para um hospital em outra cidade. Prof. Erno Harzheim, coordenador do projeto, explica que evitar que um paciente que não precisa de atendimento especializado seja encaminhado é fundamental não só para o bem-estar do paciente, mas para diminuir a lista de espera do SUS que possui um déficit de mais de 3 mil consultas por mês. Algumas áreas, como Urologia e Reumatologia tem tempo de espera para consultas de mais de três anos.
“Ao dar apoio aos profissionais da atenção primária, nós qualificamos o atendimento, evitamos que aconteçam transferências desnecessárias e diminuímos as filas de espera no SUS”, resume Harzheim.
Em 2013, o TelessaudeRS-UFRGS atuou no tratamento das vítimas do incêndio da boate Kiss, dando suporte às equipes de atenção primária à saúde do município e região capacitando os profissionais a atender familiares e vítimas com transtorno de stress pós-traumático.
O programa, que existe de 2007, faz parte do Telessaude Brasil Redes, uma rede com unidades de telemedicina em 22 estados brasileiros. Além da consultoria, o TelessaudeRS-UFRGS também presta serviço de telediagnóstico para doenças respiratórias, oftalmológicas e da cavidade oral para profissionais do Rio Grande do Sul, realizando exames à distância, e é parceiro na regulamentação ambulatorial do Estado, avaliando todos os pedidos de transferência dos pacientes do interior para Porto Alegre.
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