Corpo clínico do Hospital Bom Jesus, de Taquara, decide paralisar atendimentos eletivos
A falta de condições para o exercício da medicina levou os médicos do Hospital Bom Jesus, de Taquara, a definirem a suspensão por tempo indeterminado dos atendimentos eletivos, mantendo apenas urgência e emergência funcionando. A decisão foi tomada em reunião...
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06/09/2017 15:17
A falta de condições para o exercício da medicina levou os médicos do Hospital Bom Jesus, de Taquara, a definirem a suspensão por tempo indeterminado dos atendimentos eletivos, mantendo apenas urgência e emergência funcionando. A decisão foi tomada em reunião de corpo clínico, realizada na noite desta terça-feira (5), com participação do SIMERS, e será mantida até que as irregularidades sejam sanadas.
A medida, que passa a valer a partir de segunda-feira (11), é uma resposta à falta de insumos e ao desabastecimento constante da farmácia, condições que já se tornaram rotina na administração do Instituto de Saúde e Educação Vida (Isev), responsável pela gestão da unidade desde abril de 2016. Outro problema é a dificuldade no fechamento das escalas, pelo número insuficiente de profissionais, o que gera sobrecarga.
“A ausência de condições mínimas expõe não só o médico, mas também a população que busca o hospital. A definição do corpo clínico de suspender os atendimentos eletivos é justamente uma forma de não se mostrar conivente com essa realidade e de lutar por melhorias, por mais dignidade. Não podemos permitir que essa situação permaneça”, defende a diretora da entidade médica Gisele Lobato.
Além disso, as remunerações dos médicos já estão atrasadas há quatro meses, sem qualquer perspectiva de regularização por parte do Isev. O grupo reclama ainda da falta de transparência na aplicação dos quase R$ 2 milhões recebidos mensalmente pelo Instituto para fazer a gestão do Hospital Bom Jesus.
Os médicos manifestam total interesse na continuidade dos serviços, desde que asseguradas condições mínimas ao exercício da profissão. O SIMERS reforça que a eventual substituição dos profissionais que suspenderam os serviços, de forma legítima, acarretará a responsabilização ética dos envolvidos.
Contrato questionado
Em ação civil pública movida contra a Prefeitura de Taquara, o governo do Estado e o Isev, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) e o Ministério Público Federal (MPF) questionam a legalidade no formato de contratação do Instituto para gerenciar o hospital do município.
O Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Taquara reforçou, por meio de documento, a recomendação de que a organização seja substituída em decorrência das irregularidades apontadas.
Enquanto o procedimento para nova contratação não é deflagrado, o Isev deve continuar na gerência e tem o dever de realizar adequações apontadas pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers). O SIMERS reiterou ao Conselho o pedido de reconhecimento do movimento.
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