Sessão 3 - TEDMEDLive2017Simers: a um passo da eternidade
Frente a um mundo em constantes mudanças, com tecnologias que se atualizam em um piscar de olhos, a medicina permanece tradicional. É com essa provocação que o neurologista Pedro Schestatsky conduziu sua fala ao final da terceira sessão de transmissões...
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27/11/2017 15:56
Frente a um mundo em constantes mudanças, com tecnologias que se atualizam em um piscar de olhos, a medicina permanece tradicional. É com essa provocação que o neurologista Pedro Schestatsky conduziu sua fala ao final da terceira sessão de transmissões do TEDMEDLive2017Simers, realizado neste sábado (25) no Hotel Sheraton, em Porto Alegre.
Para ele, um dos grandes desafios da medicina é deixar de lado a postura reativa, em que as doenças são tratadas basicamente depois do diagnóstico. “Hoje, eu tomo uma dose de ômega 3 para evitar a degeneração macular porque identifiquei uma propensão ao problema. É um exemplo de como a análise de genoma pode nos ajudar a atuar de maneira preventiva”, destacou.
Durante uma viagem aos Estados Unidos, Schestatsky viu uma capa da revista Times com a foto de um bebê, acompanhada de uma manchete: “Esta criança poderá viver até os 142 anos”. Aquela provocação despertou sua curiosidade para estudar mais sobre o assunto. Desde então, foram inúmeras visitas a diferentes cidades da Califórnia para entender novas correntes de pesquisa com potencial disruptivo. “Pude conhecer pessoas visionárias, algo que mexeu comigo pela forma ambiciosa como pensavam, com uma mente muita aberta”, explica.
Foco no indivíduo
Fundador do LifeLab, programa de medicina de precisão, Schestatsky apontou outras limitações no modelo de medicina tradicional. Entre elas, ações baseadas na média da população – em vez do foco no indivíduo e suas especificidades. “Hoje, eu dei 1.500 passos, de acordo com esse relógio que estou usando. Isso me coloca na faixa do sedentarismo”, falou o neurologista enquanto acompanhava a atualização em tempo real.
Para ele, o acesso a dados como esse ajuda a desenvolver estratégias que possibilitam não apenas longevidade, mas principalmente o bem-estar e a qualidade de vida. “Estamos a um passo da eternidade? Eu diria que sim, mas o passo é longo”, afirma ele.
Palestrantes internacionais no TEDMED
Por que às vezes falhamos em mostrar todo o nosso potencial quando estamos sob pressão? Foi essa dúvida que motivou os estudos da pesquisadora Sian Leah Beilock sobre o assunto e conduziu sua fala durante a terceira sessão do TEDMEDLive2017Simers. “Não é surpresa para ninguém que nos preocupamos em situações estressantes. O que surpreende é que fizemos isso porque nos concentramos demais”, explicou. Ou seja, ficamos tão preocupados em dar o nosso melhor que tentamos controlar cada aspecto do que estamos fazendo, ao invés de deixar no piloto automático. Como resultado, nos atrapalhamos.
Além de Sian, fizeram parte dessa sessão a neurocientista Jill Goldstein, a especialista em saúde pública Sara Gorman e o geneticista Steven McCarroll. Eles mostraram como as novas possibilidades da ciência e da tecnologia estão redefinindo a forma como enfrentamos os desafios de saúde, inclusive na área de saúde mental.
O geneticista McCarroll, por exemplo, contou como descobriu a relação entre certos genes e a ocorrência de esquizofrenia – o que permitiu repensar a base biológica da doença e buscar novas abordagens. “Queremos criar um futuro de possibilidades ilimitadas também para aqueles que possuem doenças mentais”, resumiu.
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