Trote Solidário leva meia centena de novos doadores a pontos de coleta de sangue em Caxias do Sul

Calouros do curso de Medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS) reforçaram estoques do Banco de Sangue e do Hemocentro nesta sexta-feira (17)

Os estoques de plasma do Banco de Sangue e do Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs) ganharam cerca de 50 novos doadores na tarde de sexta-feira  (17). A mobilização foi resultado da mais recente edição do Trote Solidário promovido pelo Núcleo Acadêmico (NAS) do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), deflagrada simultaneamente na cidade da Serra e em Passo Fundo – com extensão para outros municípios a partir da próxima semana. A ação segue neste sábado (18) com arrecadação de alimentos não perecíveis em diversos supermercados de Caxias do Sul. Para muitos acadêmicos de primeiro e segundo semestre do curso de Medicina da Universidade de Caxias do Sul (UCS) foi também o primeiro contato com o ambiente e o procedimento de doação de sangue. Considerando que cada bolsa de plasma pode atender até quatro receptores, estima-se que aproximadamente 2 mil pessoas de toda região sejam beneficiadas com a iniciativa. "É muito importante, não só para aumentar o estoque de sangue, mas para conscientizar toda sociedade", afirma Henrique Cauduro Custódio, 18 anos, aluno do 1^o semestre de Medicina da UCS, estreante na doação. O estudante, a exemplo dos colegas, engajou-se no Trote Solidário a partir de convite dos veteranos, como Caroline Giotti Maróstega, que já no segundo semestre do curso integra a Comissão Organizadora local da iniciativa. “A mobilização foi bem intensa, com a participação de vários bichos nos dois dias de trote. Tanto na doação de sangue, quanto na doação de alimentos para o banco de alimentos. E convidamos toda sociedade para nos ajudar, tanto doando, quanto incentivando outras pessoas a participar”, revela Caroline.

Segundo a assistente social do Hemocs Ana Paula Rombaldi a campanha chega em momento estratégico para a instituição que atende 48 municípios, pois, com a aproximação do período mais frio do ano, a tendência é de queda na oferta e aumento substancial na demanda por sangue. “Com este tipo de campanha, observamos um crescimento na participação de doadores jovens, que são ainda mais importantes pelo potencial de se tornarem regulares”, complementa. É o caso da estudante Letícia Pante, 21 anos, uma exceção entre os colegas de 1^o semestre, pela experiência na função. “Sempre venho doar, porque acho que não custa nada. Não tem por que não vir. É muito importante. As pessoas, às vezes, acham difícil, mas não custa nada. Não dói e não tem por que deixar de fazer”, destacou, enquanto deixava mais uma contribuição aos estoques do Banco de Sangue. Para a diretora técnica da instituição, iniciativas como a do Trote Solidário do NAS-Simers conferem contornos ainda mais especiais aos envolvidos. “Porque propõe uma mudança de paradigma. É uma ideia que envolve o estudante de medicina, para ele entender em que universo está colocado. Quem decide se tornar médico, decide ser um cuidador. E a doação de sangue é muito emblemática, porque é uma forma de ajudar ao próximo passando por cima de qualquer medo ou dificuldade”, conclui a médica Mariângela Moschen.

Saiba mais

Na edição de 2016, o projeto contabilizou 832 bolsas de sangue, que beneficiaram mais de 3,3 mil pessoas (cada doação de sangue pode salvar até quatro vidas) e arrecadou 34,6 toneladas de alimentos não perecíveis, que foram encaminhados ao Banco de Alimentos do RS. Em 2015, foram 713 bolsas de sangue e 34 toneladas de alimentos. Promovida desde 2008, a ação do NAS-SIMERS é uma parceria com turmas de veteranos das faculdades de Medicina e se tornou a maior iniciativa de recepção aos alunos que recém ingressaram em universidades. O projeto venceu, em 2013, o prêmio TOP Ser Humano RS, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RS). Em 2014, o Trote Solidário arrematou o TOP Ser Humano Nacional, da ABRH Brasil.