A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Norte de Porto Alegre completou 4 anos, e de lá para cá, o que era para ajudar a população, tem trazido agravos.
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27/10/2016 09:40
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Norte de Porto Alegre completou 4 anos, e de lá para cá, o que era para ajudar a população, tem trazido agravos.
A UPA foi criada para desafogar a emergência do Hospital Conceição que é bastante procurada por moradores da grande Porto Alegre. Os atendimentos superam os 400 por dia, mas os casos graves, que eram somente para serem estabilizados no local, permanecem na Unidade por dias e mais dias, e não há estrutura para dar apoio a esses pacientes.
A quantidade de médicos também está insuficiente. No momento, o quadro encontra-se “completo” somente para cumprir a escala, ou seja, se algo acontecer com algum desses doutores, não há como suprir a falta deles.
Outra reclamação por parte dos profissionais é o acesso ao Hospital Conceição, pois quando entra um caso grave ou uma patologia de difícil tratamento, o paciente necessita de atendimento especializado – que o Conceição oferece. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (resolução 2079 / 14 art.12), em 24 horas a pessoa deve ser transferida para outra unidade, mas o sistema não permite que isso ocorra porque o Hospital está sempre superlotado.
Na última semana, por exemplo, existiam 20 fichas laranjas na triagem, que a Classificação de Risco aponta como casos muito urgentes, graves, com risco significativo de evoluir para morte e que exigem atendimento rápido. O que era para desafogar os hospitais da Capital, tornou-se mais um desafio a ser enfrentado.
“Na sala de observação, com 12 leitos, havia mais seis pessoas, totalizando 18. Na área de emergência com três leitos, havia oito casos, três deles cardíacos, que estavam há mais de três dias no local quando já deveriam estar em uma UTI em um hospital”, ressaltou o diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, André Gonzales.
Nesse período de quatro anos, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) esteve atuante em todas as demandas dos profissionais da Unidade.
A unidade funciona 24 horas por dia, contem 6 consultórios (mas não médicos para tanto), 22 leitos de observação, sendo 12 para adultos, 4 pediátricos, 4 de estabilização de pacientes (emergência) e 2 leitos de isolamentos.
Reivindicações
A busca por mais segurança é constante. A Unidade, que já foi invadida, padece de policiamento. Entre as lutas do SIMERS, está a necessidade de instalação de câmeras de vigilância nesses locais, para inibir a violência.
A estrutura é tida, por parte dos médicos, como muito pequena. Não há espaço para que os profissionais possam avaliar casos, fazer uma pesquisa médica, debater com seus colegas, revisar casos clínicos.
Os médicos da unidade atendem pessoas de baixa e média complexidade que residem nos bairros do arredor e do interior do Estado. O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul permanece acompanhando o andamento da UPA e cobrando das autoridades soluções para os pontos deficitários da Saúde Pública.
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