É antiga a luta do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) pela segurança nas unidades de saúde do Estado. Em Porto Alegre, a Unidade de Pronto Atendimento da Zona Norte (UPA ZN) é um dos locais que já foi palco de diversas cenas de medo e insegurança. Em março do ano passado ocorreu uma invasão que provocou a suspensão dos atendimentos. Com as demandas nesta unidade e em outros postos de saúde, o SIMERS e o governo do Estado criaram uma câmara temática para aumentar a segurança nestes espaços.
Para evitar novos casos, uma Unidade Móvel da Brigada Militar foi alocada dentro do pátio da UPA ZN, tanto para a segurança dos pacientes quanto para obstruir rotas de fugas de criminosos – uma reivindicação do SIMERS. Câmeras de vigilância também foram instaladas em todos os setores da Unidade de Pronto Atendimento.
A média dentro da Unidade é de 96 minutos para o paciente que chega na classificação de risco até o atendimento. Para quem busca auxilio de emergência, é prontamente atendido. Mas depende do quão grave é o estado de saúde:
Por lei, os pacientes deveriam ficar no máximo 24 horas em observação dentro da Unidade de Pronto Atendimento, mas eles acabam permanecendo mais tempo devido aos leitos de retaguarda, que são regulados pelo município – não dependem do GHC.
Os pacientes que entram para a sala de observação e necessitam de internação são lançados em um sistema municipal, e ali ficam aguardando leitos. Nesse momento a UPA deixa de ter poder de quanto tempo essa pessoa pode esperar.
Mas a média na sala de observação é acima do que deveria: 1,7 pacientes adultos. Segundo o gestor Daniel, o município não fornece leitos. “Cinquenta e cinco por cento dos pacientes que ficam aqui recebem alta. Vinte e sete por cento são transferidos via central de leitos do município e 9% são pelo Hospital Conceição. Metade dos nossos leitos de que são oferecidos de retaguarda são do Hospital Vila Nova, e quando a gente comunica para eles que temos leitos no Vila Nova, eles não querem ir, preferem ficar na observação da UPA, seja porque acreditam que a UPA vai oferecer um tratamento adequado, ou também a distância pode influenciar”, destaca Daniel.
Como a UPA é gerenciada pelo GHC, muitos acreditam que a transferência de internação se daria direto para o Hospital Conceição. A Unidade de Pronto Atendimento da Zona Norte está encaixada na Rede Municipal de Urgências e vai respeita a “fila” e urgências dos pronto-atendimentos.
A Rede abrange, basicamente, o Hospital Vila Nova, Beneficência Portuguesa e alguns leitos do Ernesto Dorneles.
Ao todo, são 46 médicos, sendo oito cirurgiões, 12 pediatras e 26 médicos clínicos. Desses 26 médicos clínicos, 14 tem formação em medicina comunitária e 11 tem formação em clínica médica ou emergência.
Para 2017, existe a possibilidade de o quadro médico ser reforçado com clínicos emergencistas, por existir um déficit de oito médicos para cobrir férias e atestados. A solicitação foi encaminhada para a direção do Grupo Hospitalar Conceição. Segundo informações de Daniel, três médicos serão remanejados imediatamente e outros 5 em 2017.
Uma grande reclamação dos profissionais da saúde ao Sindicato Médico diz respeito a falta de uma sala para estudos de casos. “Estamos analisando a hipótese de colocar um contêiner para contemplar esse pedido dos médicos”, garantiu Daniel. O prédio da UPA Zona Norte pertence à Prefeitura de Porto Alegre e tem contrato até 2018. Aos cuidados do Grupo Hospitalar Conceição estão o fornecimento de gestão e recursos humanos.
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