Os médicos da Santa Casa de Uruguaiana estão sem receber seus honorários e se dizem sem perspectivas nos contatos que fazem com a administração. Os relatos ocorreram em reunião virtual, organizada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), que ocorreu na sexta-feira, 21. O diretor da Região Fronteira Oeste do Simers, Felipe Rodrigues Cunha, questionou sobre os pagamentos, uma vez que em reunião feita com a administração do hospital havia sido feita a promessa do pagamento integral de dezembro e janeiro até o dia 10 de março. A categoria relatou que o pagamento de dezembro foi realizado, mas dos honorários de janeiro, apenas metade foi quitada e, ainda assim, uma semana após o prazo estipulado.
“É uma situação bastante delicada e sabemos que está levando a ações isoladas da categoria. Assim, chamamos vocês para buscarmos unificar a atuação, de forma que nossa demanda ganhe força não só junto à administração, mas também ao Executivo e à sociedade”, afirmou o diretor do Simers. Ele reforçou que a Santa Casa está sob intervenção do município, que precisa ser chamado à responsabilidade de arcar com os compromissos devidos aos médicos que atendem no hospital.
“Neste último final de semana foi realizado o Carnaval fora de época de Uruguaiana, com volumosos recursos públicos. Não podemos aceitar que o Executivo diga que não tem dinheiro para honrar os contratos com os médicos, que estão exercendo suas funções e têm o direito de receber”, asseverou.
De acordo com os profissionais presentes, foi divulgada uma nota do hospital dizendo que o restante do mês de janeiro deve ser quitado apenas em abril. Eles questionaram também o fato de que nem mesmo os honorários referentes aos atendimentos por convênio e particulares estarem sendo pagos. “Se o que falta são os repasses dos governos municipal, estadual e federal, por que não estamos recebendo dos convênios e particulares? Não temos mais medo de retaliação! Queremos ser ouvidos e mostrar para a população que estamos trabalhando sem receber”, lamentaram.
O Simers reiterou que o objetivo da reunião era exatamente ouvir a categoria e projetar alternativas para buscar a solução do problema. Ficou, então, combinado que a população será informada da situação através da imprensa e que será solicitada uma audiência pública em que os responsáveis pela gestão da saúde em Uruguaiana serão chamados a dar explicações, além de serem confeccionadas faixas alertando os usuários sobre a falta de pagamento. O Sindicato também vai providenciar a organização de uma assembleia a fim de a categoria elencar e votar medidas mais drásticas de pressão que levem ao pagamento dos atrasados e à estabilização da relação de trabalho.
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