Viver com Parkinson e não pelo Parkinson
A Luta

Viver com Parkinson e não pelo Parkinson

O mal de Parkinson, descoberto em 1817 pelo médico inglês James Parkinson, é uma doença neurológica, crônica e progressiva, resultante da degeneração das células situadas em uma região do cérebro conhecida como substância negra. Elas são responsáveis pela produção de...

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11/04/2017 08:00

Os sintomas mais frequentemente associados à doença afetam o movimento. Foto: Pixabay
Os sintomas mais frequentemente associados à doença afetam o movimento. Foto: Pixabay
O mal de Parkinson, descoberto em 1817 pelo médico inglês James Parkinson, é uma doença neurológica, crônica e progressiva, resultante da degeneração das células situadas em uma região do cérebro conhecida como substância negra. Elas são responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que, entre outras funções, controla os movimentos. A causa exata do desgaste destas células do cérebro, mesmo com o passar de tantos anos, ainda é desconhecida. A doença de Parkinson é uma condição complexa que afeta as pessoas de formas diferentes. Mas os sintomas mais frequentemente associados à doença afetam o movimento, causando lentidão, tremores, rigidez muscular e alterações na fala e na escrita, entre outros. Para o neurologista dos hospitais Santa Casa e Clínicas e diretor científico da Associação de Parkinson RS (APARS), Carlos Roberto de Mello Rieder, de maneira geral estudos têm mostrado que o Parkinson varia de individuo para individuo, de formas genéricas. “Acima de 65 anos de idade 3,3% da população têm Parkinson. A maior parte não se sabe qual a causa da doença, mas de 5 a 10% desse total foi possível descobrir que a causa foi genética e isso já é considerado um grande avanço para a Medicina”. A cirurgia tem o seu papel, mas numa porcentagem pequena. Conforme Rieder, cerca de 5% dos pacientes podem se beneficiar da cirurgia. “Não é todo o paciente que pode fazer cirurgia. Depende do grau de avanço em que a doença se encontra. A cirurgia ajuda a melhorar os sintomas motores como tremor, rigidez e lentidão dos movimentos”. Atividade física pode ter efeito benéfico em longo prazo, manter um bom condicionamento físico é fundamental, destaca o médico. “Em termos de prevenção não existe nada concreto, mas para quem já tem a doença praticar exercício pode amenizar a evolução da mesma”. O diagnóstico é feito com base no histórico médico do paciente, avaliação de seus sinais e sintomas e exames neurológico e físico. Foi o que aconteceu com Solange Vieira, de 51 anos. Há 12 anos ela convive com a doença que levou cinco anos para ser diagnosticada. “Aos 37 anos, notei estar diferente quando não conseguia mais atar o cadarço do tênis, abotoar a blusa, lavar a louça. Já estava com dificuldade de andar. Não conseguia segurar a roupa para dobrar. Foi quando procurei ajuda”, conta. Com os sintomas cada vez piores, dificultando cada vez mais o seu caminhar impossibilitando a sua locomoção, Solange procurou uma neurologista pelo SUS no Hospital Conceição. ”Fiz o exame de tomografia e jamais esqueci quando me disseram que o diagnóstico era Parkinson. Chorei muito na hora. Estava sozinha na consulta, sem ninguém para abraçar naquele momento tão difícil.” Diagnosticada corretamente Solange passou a tomar medicações para o Parkinson, doença que afetou sua mãe e sua tia. Com isso deixou de tremer, mas as pernas foram bastante afetadas pela doença. “Fiquei com dificuldades para andar. Caminho marchando, mas graças aos remédios tomados de 2 em 2 horas, os tremores passaram”. “O paciente com Parkinson precisa ter um cuidado interdisciplinar com acompanhamento de vários profissionais como terapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, e muita atenção ao cuidador para manter a qualidade de vida da família”, conclui Rieder. Dia mundial de conscientização No dia 11 de abril é o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson e informar-se sobre essa e outras doenças comuns à sociedade pode ser fundamental para a busca de ajuda médica no tempo adequado e para a realização de um tratamento responsável. A Associação Parkinson do RS - APARS, fundada em 2002, tem o propósito de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença de Parkinson e de seus familiares. É uma entidade sem fins lucrativos, políticos ou religiosos, de caráter beneficente e educativo. Com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre a doença, tratamento e qualidade de vida para os doentes de Parkinson, um evento será realizado na AMRIGS, no dia 11/4, com entrada franca. Saiba mais em http://blogdaapars.blogspot.com.br/2017/03/dia-mundial-do-parkinson.html?spref=fb
Tags: Mal de Parkinson Associação de Parkinson RS

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