A ideia do
transplante de órgãos é antiga. Houve muitos experimentos, principalmente em animais. Homero, em sua obra Ilíada (
700 a.C.), descreve um transplante com tecidos geneticamente diferentes. A
lenda de São Cosme e Damião também traz informações sobre o transplante da perna de um soldado morto para um velho que teve a perna amputada. Em
1778, John Hunter usou o termo transplante para descrever experimentos criados por ele, como inserção de enxertos ovarianos e testiculares em animais de diferente espécie.
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No começo do
século 20, já eram feitos transplantes de órgãos não vitais, como enxertos de pele e córnea. A partir de
1933, foram feitas várias tentativas de transplante renal, mas os órgãos eram rejeitados pelos pacientes. Foi apenas em
1954 que o primeiro transplante de um órgão humano vital teve
sucesso. O médico cirurgião
Joseph Murray fez o transplante de rim entre irmãos gêmeos idênticos para evitar o perigo de rejeição.
Levou algum tempo para se compreender uma maneira de realizar o procedimento entre pessoas que não fossem da mesma família. Os medicamentos
imunossupressores, que evitam a rejeição de órgãos, evoluíram somente a partir da década de 80, possibilitando um aumento no número de transplantes.
Em 2016, foram realizados
2.983 doações de órgãos no Brasil. Entre 2010 e 2016, o número geral de transplantes aumentou
19%. No Brasil, 86% dos procedimentos realizados são custeados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o que coloca o país em segundo lugar no ranking dos países com maior número de transplantes, ficando somente atrás dos Estados Unidos, que realiza cerca de 11 mil por ano. O Ministério da Saúde aumentou o orçamento para esse tipo de procedimento desde 2008, passando de R$ 453,3 milhões para R$ 942,2 milhões.