A saúde em 2017
A Luta

A saúde em 2017

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06/01/2017 14:59

Paulo de Argollo Mendes
Paulo de Argollo Mendes – presidente do SIMERS
A saúde agoniza em um dos momentos mais delicados da economia brasileira. E a população é clara no seu recado, pois vive na pele o drama e a incerteza de atendimento. A recente pesquisa Datafolha recolocou o tema no topo das prioridades. Para 33% dos brasileiros, saúde é o maior problema do País, ganhando mais que o dobro do percentual atribuído à corrupção e desemprego (ambos com 16%). Ajuda a formar esse caldo o fato de mais de 1,6 milhão de pessoas terem desembarcado de planos de assistência médica, restando como seu único alento recorrer ao SUS. Ou seja, 2017 será marcado por uma demanda crescente por atendimento. E como está a estrutura? Enquanto a população mais precisa do SUS, leitos e hospitais são fechados, arruinando o setor. No Rio Grande do Sul, as dificuldades proliferam, alimentadas pela queda nos repasses do governo estadual aos hospitais. Em 2016, são R$ 144 milhões a menos. O jogo de empurra entre a administração dessas instituições, responsáveis por mais de 70% da assistência pelo SUS, e os gestores, prejudica o atendimento e os médicos, embretados entre o desejo de acolher os pacientes e atrasos de até 14 meses nos seus salários. O governo Sartori tem sido uma tragédia para a saúde. Para 2017, todas as esferas da administração pública precisarão investir mais na saúde pública e criar condições de fixar médicos nas localidades. A campanha Desejos para a Saúde, feita pelo Sindicato Médico do RS (Simers) em 2016, pode auxiliar os novos prefeitos e os reeleitos. Os moradores dos 497 municípios gaúchos apontaram as melhorias a serem feitas. Em Porto Alegre, as pessoas pedem mais leitos, agilidade no atendimento e procedimentos e melhor infraestrutura nos postos. Outro tema que virou questão de saúde é a segurança. Entre 2015 e 2016, foram 45 ocorrências de violência em postos e hospitais. Profissionais e pacientes são vítimas da insegurança nos ambientes vocacionados para salvar vidas. O Simers virou um militante na busca de proteção, inclusive ajudando a construir saídas com as autoridades. Melhores condições na assistência dependem da colaboração de todos. Os médicos têm soluções factíveis e esperam encontrar gestores realmente dispostos a empreender as mudanças necessárias. – Paulo de Argollo Mendes – presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul
Tags: opinião saúde

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