Audiência pública na Assembleia Legislativa debate crise no Hospital Universitário e UPAs de Canoas

O plenarinho da Assembleia Legislativa lotou nesta segunda-feira, 20, para debater a situação do Hospital Universitário (HU) e das UPAs de Canoas, que estão com restrição nos atendimentos. A audiência pública foi convocada pelos deputados Valdeci Oliveira e Thiago Duarte, titulares da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (CSMA), a pedido do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).

O presidente Marcelo Matias relembrou como o HU chegou ao nível crítico atual. “Se formos avaliar todos os valores que foram devidos aos trabalhadores nas rescisões, o que tem de equipamento obsoleto pela falta de investimento, o hospital é hoje uma sombra do que foi no passado. Temos em torno de 270 pacientes internados em uma estrutura de 463 leitos. E muitas dessas pessoas estão ali, basicamente, aguardando por procedimentos com uma perspectiva pequena de que sejam realizados. Além disso, a hemodinâmica está estragada há meses”, salientou. Matias também relatou que a ASM, atual gestora, entrou comprometida a pagar as dívidas passadas com os médicos, e não o faz, a manter os profissionais e a não fechar os serviços e não consegue. 

“O Sindicato tentou de todas as formas, com todas as Prefeituras nos últimos anos, um acordo para colocar o hospital em pleno funcionamento. Não há possibilidade, pelo Município, de manter o HU. Temos uma situação inviável a médio e longo prazo”, enfatizou.  Matias discorreu sobre todas as ações que o Simers vem tomando e da falta de diálogo por parte do Governo do Estado quando o assunto é Canoas. Também informou sobre o interesse do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e assumir o Universitário e da recepção à ideia na bancada gaúcha na Câmara e no Senado.

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Também participaram da audiência os diretores do Simers, Alessandra Felicetti, Débora Espírito Santo, Ricardo Nogueira e Rômulo Vargas, além de representantes de outros órgãos e entidades, como Cremers, Sindisaúde, Ministério Público, Defensoria Pública e conselhos nacional, estadual e municipal de Saúde. Nem o governo estadual, nem a Prefeitura de Canoas enviaram porta-vozes. Dezenas de moradores da cidade foram ao plenarinho com cartazes contra a situação precária da saúde e também cobraram uma solução.

Valdeci Oliveira propôs a criação de uma comissão para se reunir com o presidente do GHC, Gilberto Barichello. A secretária de Saúde de Canoas, Ana Boll, será convidada a ir à CSMA para falar sobre a crise. Também será feito contato com a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores para que auxilie e será avaliada a constituição de uma comissão externa de acompanhamento da situação.

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