Bagé: permanece o risco de suspensão dos serviços obstétricos da Santa Casa

O Simers promoveu nesta quinta-feira (17) uma assembleia geral com os médicos do bloco obstétrico da Santa Casa de Caridade, em Bagé. A reunião seria realizada nas dependências do bloco, mas a entidade médica foi proibida de ingressar no local e realizou o encontro em um espaço alternativo. Atualmente, a Santa Casa de Bagé conta com quatro obstetras na escala, sendo que o ideal seriam oito profissionais. A sobrecarga de trabalho é desumana. Os profissionais chegam a realizar nove partos a cada 12 horas de plantão. Devido à excessiva carga de trabalho, hoje os médicos já cumpriram a carga horária contratual mensal de 60 horas. Mesmo assim, estão dispostos a continuar na escala até o dia 24 de maio, com a esperança de que novos médicos sejam contratados para garantir o adequado atendimento à população de Bagé. Há relatos de que o diretor técnico da Santa Casa pediu demissão e o provedor informou que um médico está chegando na cidade para uma escala de 84 horas ininterruptas de plantão. "Com a experiência de mais de duas décadas de trabalho na mesma instituição, os médicos obstetras pedem a contratação de mais profissionais. É inviável trabalhar neste cenário. Além de não haver condições dignas de trabalho, falta equipe, inclusive de enfermagem, os equipamentos estão sucateados e não parece haver diálogo com a gestão", destaca o diretor do Simers Willian Adami. O Simers vai formalizar um pedido para que a gestão contrate mais médicos, sob o risco de não haver profissionais para completar as escalas, já que a carga mensal dos contratados já foi cumprida. A entidade médica também vai encaminhar ao MP a lista de materiais e equipamentos que faltam, bem como a apontar necessidade de pessoal – como equipe de enfermagem para o centro obstétrico. Ficou decidido, ainda, que os obstetras permanecerão em assembleia permanente.