A pneumologia nasceu para combater a tuberculose, uma das doenças mais comuns no século XX. A especialidade derivou da tisiologia, que estuda a patologia. Hoje, uma das maiores preocupações dos profissionais da área é a poluição do ar e, consequentemente, garantir um respirar melhor aos seus pacientes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 92% de todas as pessoas do planeta vivem em lugares onde a qualidade do ar está fora dos padrões da OMS. Nove em cada dez pessoas respiram ar de qualidade ruim e 6,5 milhões morrem todos os anos por causa daquilo que a gente respira nas ruas. Diante destes fatores que afetam a saúde e provocam cautela nos médicos, estão os pneumologistas travando uma verdadeira luta para garantir que a prevalência de doenças relacionadas seja minimizada.
Conforme a diretora do exercício profissional da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do RS (SPTRS) Beatriz Gehm Moraes, a especialidade é fundamental para tratar doenças frequentes, como asma, enfisema pulmonar, bronquite crônica, pneumonia, fibrose pulmonar, câncer de pulmão, entre outras. “O pneumologista é o profissional médico mais bem preparado para lidar com estas patologias que apresentam uma morbimortalidade significativa, principalmente em nosso Estado que apresenta um clima muito peculiar quando comparado ao resto do país”, destacou.
Tabagismo, um desafio para os pneumologistas
O número de mortes provocadas pelo consumo de cigarro aumentou de quatro milhões, no início do século, para mais de sete milhões, alertou a OMS. Conforme a representante da SPTRS, o grande desafio da sociedade para resolver a ameaça do tabaco é conseguir realizar mudanças nas leis que permitem que a poluição ocorra, como a redução na eliminação de gás carbônico. “As leis são muito permissivas em relação ao cigarro. O tabagismo é uma doença, com tratamento bem estabelecido e com medidas de prevenção bem conhecidas. Além disso, políticas de saúde precisam ser incrementadas para o combate ao fumo”, afirma Beatriz, lembrando que existem mais de 50 doenças provocadas pelo cigarro.
Clima do Rio Grande do Sul favorece aparição de doenças
O inverno no Rio Grande do Sul costuma ser bastante rigoroso, época em que as doenças alérgicas e infecciosas, especialmente as doenças virais, são mais frequentes. Na primavera, as alergias também ocorrem. “As vacinas para a gripe e para a pneumonia pneumocócica ajudaram muito a reduzir a frequência e a gravidade das infecções, principalmente nas pessoas acima de 60 anos, com doenças crônicas ou doenças que reduzam a imunidade. A prevenção ainda é a melhor maneira para reduzir a disseminação das infecções, como a lavagem das mãos e o uso de álcool gel”, orienta a médica.