O Núcleo de Pediatria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) chama a atenção para a precarização do atendimento em emergência pediátrica em Canoas, na região Metropolitana. Na manhã desta quinta-feira, 10, o coordenador do Núcleo e diretor do Simers, Daniel Wollf, conferiu de perto a situação, na qual os casos mais graves e que necessitam de atenção imediata são recebidos apenas pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Boqueirão e Niterói.
Durante as visitas técnicas, Daniel conversou com médicos e gestores das unidades, para coletar informações sobre os números de atendimento e de profissionais. As duas UPAs são as únicas portas abertas para a emergência infantil, que representa cerca da metade dos pacientes. Lá, os plantonistas clínicos dividem a assistência com os especialistas da área.
“Infelizmente, o que vimos é preocupante, pois um município com mais de 340 mil habitantes e uma das maiores arrecadações do Estado conta apenas com nove pediatras na atenção primária, onde existem 28 Unidades de Saúde”, ressalta o diretor do Simers.
Há dois meses, a emergência pediátrica que funcionava Centro de Atenção à Saúde da Criança (Casc), no Centro de Canoas, encerrou este tipo de atendimento, recebendo apenas encaminhamentos dos postos. O local, nos dias de maior demanda, como as segundas e sextas-feiras, chegava a receber mais de 130 crianças. Hoje, sem a emergência, menos de dez pacientes circulam por lá.
“Canoas já teve emergência infantojuvenil no Hospitais Nossa Senhora das Graças, de Pronto-Socorro e no Universitário, sendo este último hoje é apenas a retaguarda para a internações encaminhadas pela rede municipal. O resultado é a sobrecarga de trabalho nas UPAs de Canoas e emergências de Porto Alegre”, afirma Daniel.
Ele explica que o Simers vai repassar os dados coletados para o Ministério Público de Canoas, a par da gravidade das condições assistenciais para os canoenses. “O cenário das emergências pediatras em todo o Estado, com falta de estrutura e de recursos humanos, é uma preocupação do Simers, que já oficiou mais de 20 municípios gaúchos e as Promotorias de Justiça, alertando para o problema. Apesar de não termos tido um inverno tão rigoroso, as doenças respiratórias continuam afetando as crianças”, destaca o dirigente do Sindicato Médico.
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