Canoas: Simers alerta sobre o risco de não haver escala médica para o final de semana no HNSG
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Canoas: Simers alerta sobre o risco de não haver escala médica para o final de semana no HNSG

Situação compromete a assistência na emergência do hospital às vésperas do Natal e já foi comunicada aos órgãos responsáveis

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20/12/2024 19:21

No final de semana que antecede o Natal, o Hospital Nossa Senhora de Graças (HNSG), em Canoas, pode ficar sem médicos para compor a escala devido a uma quebra de contrato com a empresa que gerencia as escalas da emergência. O alerta é do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) que recebeu a informação da direção médica do hospital e comunicou a situação ao Conselho Regional de Medicina (Cremers), preocupado com a possível desassistência. Isso porque a empresa que faz a contratação dos profissionais não recebeu o pagamento de outubro, previsto para hoje. A empresa ainda não recebeu o pagamento por parte da gestão do hospital e a dívida chega a R$ 800 mil.

Com isso, houve a proposta para que os médicos do Hospital de Pronto-Socorro de Canoas (HPSC) — que continuam alocados no HSNG devido às enchentes — atendam os casos que chegam no serviço, fragilizando a assistência àqueles pacientes com risco iminente de morte, como acidentados, com suspeita de infarto, derrames ou fraturas. Para o presidente do Simers, Marcos Rovinksi, a situação revela a desorganização de um sistema que já vem se agudizando, devido ao cenário de caos que vive a Saúde de Canoas. “Temos o agravante das festas de final de ano, quando há um aumento significativo nos atendimentos no Pronto-Socorro devido às reuniões sociais, onde o consumo de álcool e a exposição a acidentes de trânsito são mais comuns”, aponta.

Além disso, a falta de medicamentos e insumos básicos, vestuário de trabalho e restrição de funcionamento do serviço de apoio de imagem levou o  Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IHACS), responsável pela gestão do HPSC, a solicitar ao município de Canoas a restrição da chamada porta aberta, mantendo apenas os atendimentos de urgência e emergência da cidade. A medida seria por, pelo menos, 48 horas, ou até saneamento dos problemas mais graves. 

“O que vemos são médicos querendo trabalhar, mas reféns de um sistema que vai muito além de atrasos nas remunerações. A falta de planejamento compromete gravemente a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes devido a total precarização das condições de trabalho, pois os médicos ficam sem o básico para poder atender. Por isso, fazemos um apelo ao novo gestor que chega, ao Ministério Público, Judiciário, União, Estado e município, pois é hora de soluções reais e Canoas não pode mais esperar”, reforça o presidente do Simers.

O Sindicato Médico vem acompanhando de perto o caos na Saúde de Canoas, com mobilizações, alerta à população e envio de ofícios aos gestores municipais e estaduais, destacando a gravidade da situação. 

🏥 Saiba mais sobre a situação do HNSG e HPSC:

▪️HNSG - O calendário de pagamentos para quitar os meses de agosto e setembro devidos aos prestadores de serviço não está sendo totalmente cumprido. Seriam quatro parcelas a serem pagas em 12 e 20 de novembro e 12 e 20 de dezembro. No dia 12 de novembro, apenas parte dos profissionais recebeu o referente ao débito de agosto. Simers aguarda resposta sobre o pedido de penhora judicial dos bens da Prefeitura de Canoas, responsável pela gestão do hospital, mencionado em audiência com a Justiça caso o cronograma não fosse cumprido (Judiciário entra em recesso). CLTs estão sem depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) há cinco anos. Empresa que gerencia as escalas de emergência com atraso de vencimentos e possibilidade de quebra de contrato;

▪️ HPSC - Sem previsão concreta de reabertura, os médicos que estão alocados no HNSG aguardam o pagamento de outubro e o cronograma para a quitação do débito. Conforme contrato firmado entre o IHACS)e o gestor público, o pagamento deve ocorrer até o dia 15 do mês subsequente ao serviço prestado. Alguns médicos no regime CLT que se encontram em férias não receberam o valor proporcional do período e não há sinalização para o 13º para todos os funcionários. Falta medicamentos e insumos básicos, assim como vestuário de trabalho. Para chamar a atenção sobre o problema, médicos chegaram a paralisar as atividades por cinco minutos a cada hora trabalhada, sem comprometer atendimento de urgência e emergência, mas foram impedidos pela Justiça de continuar a mobilização. A equipe terceirizada que se encontra no prédio do HPSC, reaberto em parte no final de setembro para atendimento de Pronto Atendimento, ainda não recebeu pelo trabalho realizado. Somado a isso, há a restrição de funcionamento do serviço de apoio de imagem da Tomoclínica.

Tags: Municipários Canoas Fundação de Saúde de Canoas Hospital Nossa Senhora das Graças HPS de Canoas atraso repasses Desassistência Pronto Socorro

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