O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) esteve em Canoas nesta segunda-feira, 17, para averiguar duas denúncias. Na Unidade de Pronto Atendimento Liberty Dick Conter (UPA), no bairro Mathias Velho, profissionais relataram falta de medicamentos, de equipamentos e de segurança. Na base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), no bairro Marechal Rondon, a reclamação das equipes envolve salários atrasados, carência de insumos e condições insalubres do alojamento, inclusive com a presença de ratos.
O diretor do Simers, Jeferson Oliveira, acompanhado da assessoria jurídica, visitou os dois locais e, agora, a equipe encaminhará um relatório para a Diretoria da Região Metropolitana, que fará os encaminhamentos. O sindicato irá oficiar o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS) e a Secretaria Municipal de Saúde. O Simers seguirá acompanhando a situação e cobrando resolução.
No momento da visita a UPA não contava com vários medicamentos, como terbutalina, tramal, plasil e isordil, além de soro. A unidade está sem aparelho de raio X, por falta de pagamento do aluguel. Pacientes que necessitem o exame precisam se deslocar para outra UPA. A sala vermelha da pediatria não conta com pá pediátrica, pá de desfibrilação e manguitos. A responsável pela farmácia da Liberty informou que houve atraso na entrega devido à troca de gestão do governo municipal e que o estoque deve ser regularizado nesta semana.
Foi constatada, ainda, a necessidade de mais um médico clínico para os atendimentos, uma vez que a unidade é uma das que mais tem demanda. Além disso, verificou-se falta de segurança para a equipe. Qualquer pessoa que esteja no saguão consegue chegar aos consultórios, pois não há nenhuma porta restringindo o acesso apenas aos pacientes chamados para atendimento.
SAMU
Inaugurada em 2018, a segunda base do SAMU na cidade deveria oferecer qualidade nas instalações para os funcionários. Mas o que se vê hoje é o mato crescendo ao redor dos contêineres adaptados. Dentro, a situação é pior, inclusive com a presença de ratos. Há notícias de que a empresa que deveria fazer a limpeza não possui funcionários suficientes, nem produtos. Diversas ratoeiras foram colocadas na cozinha, porque o local não conta com desratização. Os colchões dos dormitórios estão em péssimas condições. Os banheiros também são precários. Na base que fica na Mathias Velho, os sanitários também são deficientes, segundo a equipe.
A base no bairro Marechal Rondon conta com uma ambulância de suporte avançado e duas básicas. Há dificuldade em conseguir lençóis descartáveis, e faltam equipamentos de proteção, como macacões e botas. Enfermeiros e médicos tinham apenas luvas comuns à disposição, sem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo informações, há atraso no pagamento dos profissionais terceirizados e os celetistas não receberam o 13º salário e o Fundo de Garantia não foi depositado. E ninguém tem acesso ao vale refeição de R$ 200,00, o que dificulta o fechamento das escalas de trabalho.
O SIMERS seguirá fiscalizando condições análogas a essas e permanecerá cobrando providências do poder público e dos gestores das unidades, para que os médicos e demais funcionários da saúde tenham condições mínimas de trabalho para atender a população. A defesa do médico é a defesa da saúde da população gaúcha.
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