Médicos estão vulneráveis a
ameaças e
agressões no dia a dia da profissão, principalmente quando atuam em
emergências. Os motivos para a
violência são diversos: demora no atendimento, falta de estrutura, desavenças na hora da consulta, abalo emocional de pacientes e acompanhantes.
Um estudo do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) trouxe números preocupantes no início deste ano: cerca de
47% dos médicos conhecem algum colega que viveu episódio de violência por pacientes,
17% foram vítimas e conhecem colegas na mesma situação e
5% sofreram agressões pessoalmente. A pesquisa foi conduzida pelo Instituto Datafolha com 617 médicos e 807 cidadãos paulistas.
Relatos em
cidades gaúchas não faltam - e levam a crer que a situação por aqui não é muito diferente. Ainda que seja difícil apontar um “jeito certo” de se portar diante dessas situações - que dependem do estado emocional do agressor, nível de ameaça, segurança no local, entre outros fatores - separamos algumas
recomendações caso o profissional da saúde passe por essa desagradável experiência.
Manter a calma

Existem diferentes tipos de ameaças contra médicos. Elas podem ser verbais, físicas e até virtuais. Além disso, podem ser de diferentes níveis, dependendo do estado emocional da pessoa em questão e da presença ou não de armas, como facas e até armas de fogo. Em todas, no entanto, o ideal é que o médico mantenha a calma, não entre em pânico. É mais fácil assim analisar corretamente a situação e tomar a melhor atitude.
Tentar conversar com o agressor

Na ausência de uma pessoa que possa conter a ameaça, é importante tentar explicar a situação à pessoa que exige socorro imediato. Se houver condições, o médico deve mostrar que há uma ordem de atendimento, que considera também a gravidade de cada caso, e que prestará assistência a todos. O profissional pode ainda dizer que o agressor ou quem estiver com ele terá todo apoio necessário até o momento de ser analisado pelo médico.
Em casos extremos, ceder

Se o médico observar que a pessoa está visivelmente descontrolada e temer pela próxima vida, o melhor é ceder aos pedidos. No episódio “Quer morrer, doutora?” da websérie Nascidos para Medicina, a médica é ameaçada com uma arma de fogo por uma pessoa claramente fora de si, atirando no teto. Mesmo após conversar rapidamente com o agressor, nada mudou. A solução encontrada foi atender imediatamente a vítima (que, pela gravidade do caso, provavelmente seria atendida na mesma hora, de qualquer maneira).
Não deixar por isso mesmo
Ameaças e agressões, por qualquer motivo, não podem ser encaradas como algo comum e rotineiro dentro de uma instituição de saúde pública ou privada. Tanto os superiores quanto os órgãos de segurança devem ser alertados. Veja o passo a passo
aqui.
Quer morrer, doutora?

Na websérie
Nascidos para Medicina, obra ficcional que retrata os desafios dos médicos na luta pela prestação da saúde de qualidade no Brasil, a médica Julia enfrenta uma situação de violência. Quando bandidos invadem a emergência, exigindo atendimento para uma mulher baleada, Julia assume a responsabilidade de lidar com a situação, mas a tensão do momento pode levá-la além de seus limites. Assista
aqui.