Uma vistoria realizada na tarde desta quinta-feira,27, pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) no Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) expôs a grave crise financeira e estrutural enfrentada pela instituição. O vice-presidente do Simers, Felipe Vasconcelos, e a diretora Débora Espírito Santo constataram a falta de insumos básicos, a superlotação e o impacto dos atrasos nos repasses municipais.
O HNSG precisa de aproximadamente R$ 11 milhões mensais para sua operação, sendo R$ 8 milhões oriundos do SUS, via Prefeitura de Canoas, e R$ 1,5 milhão provenientes de convênios. No entanto, o repasse municipal, que deveria ser efetuado até o quinto dia útil de cada mês, tem ocorrido de forma escalonada, agravando a situação do hospital, que já registra um déficit orçamentário mensal de, aproximadamente, R$ 1.5 milhões.
Além disso, a instituição também sofre com a falta de repasses do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), que utiliza insumos do Graças sem compensação financeira desde maio de 2024, acumulando uma dívida aproximada de R$ 8 milhões. Na prática, o HNSG não apenas mantém o próprio funcionamento, mas também sustenta as operações do HPSC.
Diante da crise, o hospital tem recorrido a doações e empréstimos de materiais para manter o atendimento. Nesta quinta-feira, foram registradas faltas de itens essenciais como seringas, dipirona, luvas, agulhas, cateteres, sondas, lençóis, antibióticos, anticoagulantes, anestésicos e fraldas. Além disso, a unidade enfrenta superlotação na Sala Vermelha, com 25 pacientes para apenas 11 leitos disponíveis.
Para amenizar o cenário crítico, de acordo com Paim, a Justiça autorizou uma trégua de três meses no bloqueio judicial de valores do hospital, permitindo que os recursos sejam utilizados na operação. O diretor-geral do HNSG, Cesar Paim, comprometeu-se a regularizar os estoques mínimos até esta sexta-feira (28), mas sem garantia de estabilidade a longo prazo.
O Simers alerta para a urgência de medidas concretas por parte da administração municipal para evitar um colapso no atendimento à população e no desempenho seguro da Medicina.
O Simers utiliza cookies e tecnologias semelhantes, como explicado em nossa Política de Privacidade, para melhorar a experiência de usuário. Ao navegar por nosso conteúdo, o usuário aceita tais condições.