Crise na Saúde de Canoas: médicos do HNSG aguardam pagamento para voltar o atendimento eletivo

Os médicos que atuam via pessoa jurídica no Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), em Canoas, vão aguardar o pagamento integral dos honorários atrasados e a regularização das Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMEs) até a sexta-feira, 27, para voltar ao atendimento eletivo na instituição. Caso isso não ocorra, eles se reúnem em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) e que será realizada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), para definir se continuam com a suspensão dos atendimentos no ambulatório do Sistema Único de Saúde (SUS). A definição aconteceu no final da tarde desta quarta-feira, 25, no segundo dia do movimento que busca a regularização dos pagamentos e que chega a três meses de atraso.

De acordo com o diretor do Simers, Júlio Venzo, são mais de dez especialidades que estão sem receber pelo trabalho realizado, incluindo cirurgia torácica, ortopedia, oftalmologia e oncologia. “Para cada especialidade, são períodos diferentes de atrasos, a exemplo da anestesia, com remunerações devidas do início do ano. Sem falar que a falta das OPMEs impede os médicos de terem acesso a estes insumos para a realização de algumas cirurgias já agendadas, trazendo graves consequências à população. Por isso, vamos oficiar o hospital e as autoridades competentes sobre a decisão dos profissionais”, destaca Venzo.

O diretor do Simers lamenta a situação, que integra a crise na saúde de um dos municípios com maior arrecadação no estado, a qual o Sindicato Médico vem acompanhando de perto. Além do HNSG, o atraso nos pagamentos dos médicos PJs se repete no Hospital de Pronto-Socorro e no Hospital Universitário, todos referência em assistência para a região Metropolitana. No HU, os pacientes também são afetados pela falta de medicamentos e insumos, desde remédios até luvas e aventais cirúrgicos.

“Criamos a Frente Estadual na Defesa da Saúde de Canoas e aguardamos uma vistoria do Conselho Regional de Medicina do RS nos três hospitais, para sabermos a real situação de cada situação e buscarmos alternativas que revertam os problemas enfrentados, ao lado de instituições de relevância para a sociedade, como a OAB/RS e o Ministério Público”, ressalta o diretor do Simers.