O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) acompanha com apreensão a possibilidade de 18 hospitais deixarem de realizar atendimentos eletivos a segurados do IPE Saúde, agravando a crise da instituição.
“A situação vem se agravando com o decorrer dos anos e atingiu o seu clímax com as novas tabelas. Se a situação é ruim para os hospitais, é pior para os médicos, que vêm acumulando perdas nos últimos anos. Em 2023 tivemos um movimento inéditos da categoria que deixou de atender e muitos colegas se descredenciaram em função dos valores de consultas e procedimentos. O Governo do Estado amenizou a situação, mas não atendeu o que buscávamos. Agora, poderemos ter a desassistência aos segurados, provocado pelos hospitais. Temos de buscar uma solução definitiva para o problema, até para evitar a falência completa do IPE Saúde”, afirma o presidente do Simers, Marcos Rovinski.
Na segunda-feira, 29, um grupo de 18 hospitais anunciou a suspensão de atendimentos eletivos a segurados do IPE Saúde, um plano mantido pelo Governo do Estado a servidores públicos e que atende cerca de 1 milhão de pessoas. A medida, de acordo com as instituições, passa a valer a partir de 6 de maio.
Ofício ao IPE Saúde
Em 1º de março de 2024, o Simers encaminhou ofício ao IPE Saúde pedindo a retomada oficial do diálogo com o governo gaúcho, uma vez que apenas alguns procedimentos foram reajustados. Desde dezembro de 2023, 95 procedimentos foram contemplados com a atualização de valores, bem como as consultas de pessoa física e jurídica, além das visitas hospitalares. Entretanto, a tabela do IPE Saúde conta com mais de mil procedimentos realizados pelos profissionais, em diferentes especialidades.
“Nós participamos de diversas reuniões para garantir que se chegasse ao fim de uma defasagem de mais de uma década na tabela que remunera os médicos. Seguimos trabalhando para que novos valores também passem a valer para outras especialidades, como é o caso da Patologia, que tem alguns procedimentos que não cobrem o custo, já tendo havido a suspensão no atendimento em várias cidades. Há a necessidade de uma discussão específica em relação ao caso da Patologia, que tem um desarranjo na tabela, pois há alguns códigos bem complexos o IPE está pagando menos que os códigos mais simples”, explica Rovinski. Ele acrescenta que há a necessidade do Simers, a Patologia e o IPE Saúde negociarem os valores da tabela, evitando a suspensão do atendimento no RS.
Os hospitais, que representam 60% dos atendimentos do plano de saúde, revelam que a medida deverá atingir mais de 25 mil pessoas que já tinham consultas, exames e procedimentos marcados. Nas emergências, só serão atendidos pacientes com risco de vida. As entidades afirmam que sofrem um prejuízo de R$ 154 milhões por ano com as atuais tabelas de remuneração do IPE.
Hospitais que anunciaram suspensão de atendimentos:
Porto Alegre
Hospital Divina Providência
Hospital Ernesto Dornelles
Hospital Mãe de Deus
Hospital São Lucas/PUCRS
Santa Casa
Bento Gonçalves
Hospital Tacchini
Cachoeira do Sul
Hospital de Caridade
Cruz Alta
Hospital Santa Lúcia
Erechim
Hospital de Caridade
Gravataí
Hospital Dom João Becker
Ijuí
Hospital de Clínicas
Lajeado
Hospital Bruno Born
Passo Fundo
Hospital de Clínicas
Hospital São Vicente de Paulo
Santa Maria
Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo
Santa Rosa
Hospital Vida e Saúde
São Borja
Hospital Ivan Goulart
Sapiranga
Hospital Sapiranga
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