A saúde mental dos médicos foi tema de uma live promovida pelo Núcleo de Psiquiatria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, na noite desta segunda-feira, 27. Setembro foi o mês escolhido para a realização da transmissão ao vivo por estar inserida no contexto do Setembro Amarelo e de um debate mais amplo por saúde mental.
Os quatro integrantes do núcleo fizeram explanações sobre o tema. Luciana Mesko falou sobre a forte associação entre os transtornos psiquiátricos e o suicídio; Rogério Cardoso abordou o papel da imprensa em informar e prevenir atos suicidas; e Gabriela Schuster tratou da importância de ir além do Setembro Amarelo e das dificuldades geradas pelos estigmas em torno dos transtornos mentais.
Já o coordenador do Núcleo de Psiquiatria, Fernando Uberti, ficou responsável por apresentar os resultados da Pesquisa em Saúde Mental desenvolvida com médicos e acadêmicos de medicina.
Mais de 50% dos profissionais afirmaram se sentir constantemente cansados/esgotados e sem prazer em suas atividades profissionais. Entre os estudantes, o percentual sobe para 81,7%.
Com relação ao impacto psiquiátrico da pandemia da Covid-19 em suas vidas, 30,4% dos médicos afirmaram que foi forte e outros 20,7% o consideraram muito forte. A mesma pergunta foi feita aos acadêmicos, sendo que 35,8% deles afirmaram que a pandemia teve forte impacto psiquiátrico em suas vidas, e outros 31,3% consideraram este impacto muito forte.
“É nosso papel enquanto uma entidade representativa enfatizar as necessidade de auto-cuidado em saúde mental por parte de médicos e estudantes de Medicina, muitas vezes negligenciada pela elevada exigência da profissão. Mas também, e fundamentalmente, mostrar a clara relação entre as dificuldades estruturais do sistema de saúde e o esgotamento mental do médico. Infraestrutura, atraso em remunerações, politização da saúde, falta de meios. A partir dos resultados da pesquisa, nós demos início à campanha de valorização dos profissionais. E seguiremos atuantes em defesa da categoria e da saúde mental”, destacou Uberti.
Também presente na live, o diretor de projetos especiais do Simers e integrante do Núcleo Acadêmico, Vinícius de Souza falou sobre a pressão entre os jovens que, muitas vezes, saem da faculdade com dívidas provenientes das altas mensalidades cobradas pelos cursos de formação de médicos. “Estudos apontam que aproximadamente 30% dos médicos trabalham cerca de oitenta horas por semana, algo que, para algumas pessoas, é impensável. Essa sobrecarga de trabalho acaba causando esgotamento e, se o médico não estiver em plenas condições de exercer suas atividades, a sociedade também é prejudicada”, salientou.
A transmissão ao vivo contou com a participação de comunicadores de diferentes veículos, que tiveram a oportunidade de fazer questionamentos com relação ao tema. Foram eles: Fabiano Brasil (Rádio Guaíba); Flávio Pereira (Jornal O Sul) Armando Burd (RDC TV); Júlio Ribeiro (Grupo Press); Vitor Bley (Revista Expansão); Léo Contursi (Poa Streaming) e Dr. Pitágoras Kieling (Rádio Independente).
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