A decisão administrativa de transferir o Serviço de Ginecologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) para o Hospital Fêmina tem gerado forte reação da classe médica, liderada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). A medida, anunciada aos profissionais e sem apresentar justificativas técnicas robustas, levanta sérias preocupações sobre o impacto na assistência às pacientes e na formação dos futuros médicos.
Debate na sede do Simers
Na quarta-feira, 22, o Simers promoveu um encontro com ginecologistas, obstetras e residentes que atuam no Conceição para discutir as graves consequências dessa decisão. Durante a reunião, os participantes foram unânimes em destacar os inúmeros riscos envolvidos:
• Deterioração da assistência às pacientes: O fechamento do serviço no Conceição compromete o atendimento a mulheres em situação de vulnerabilidade, especialmente as que já estão habituadas a buscar auxílio no hospital, referência para a comunidade.
• Prejuízo à formação médica: O serviço no Conceição é fundamental para a capacitação prática de ginecologistas e obstetras, que agora terão menos oportunidades de vivenciar casos diversos e complexos, essenciais para uma formação de qualidade.
“Essa alteração não é apenas preocupante, é inaceitável. Está em jogo a saúde de mulheres, gestantes e nascituros, além da formação de novos médicos. As justificativas apresentadas não levam em consideração o impacto humano dessa decisão”, afirmou o presidente do Simers, Marcelo Matias.
Reunião com o GHC
Também na quarta-feira, o Simers esteve reunido com Lana Catani Pinto, gerente de Internação do HNSC, para exigir explicações. Representando o sindicato, Marcelo Matias e membros da Diretoria Executiva reforçaram o pedido de suspensão imediata da transferência e defenderam a manutenção do serviço no Conceição.
“O Grupo Hospitalar Conceição tem uma responsabilidade histórica com a saúde pública e não pode abrir mão de um serviço essencial como este. Essa decisão representa um retrocesso, ignorando a assistência às pacientes, a tradição e o impacto social de ação, sem falar na formação médica”, destacou Matias.
Além de Marcelo Matias, participaram da mobilização: Ana Coronel, diretora de Porto Alegre; Débora Espírito Santo, coordenadora do Núcleo Simers de Obstetrícia; Maria Cecília Matzenbacher, presidente da Associação de Medicos do GHC (AMEHC) e Ronaldo Nicanor Castro e Silva, diretor Clínico do Conceição.
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