Neste mês, o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp) completa 1 ano como gestor dos principais aparatos de saúde de Canoas – o Hospital Universitário (HU), Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), as Unidades de Pronto Atendimento e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). E o balanço deste primeiro ano de trabalho desperta graves preocupações.
Os cerca de 500 médicos que prestam serviço para a organização social sofrem com a sonegação de direitos, como o condicionamento da prestação de serviços ao ingresso em empresas vinculadas ao próprio Gamp. Além disso, o atendimento se mantém precário devido à falta de medicamentos dos mais simples aos mais complexos tais como a clorexidina aquosa – item básico para higienizar feridas – e de insumos como gaze, luvas, copos descartáveis e equipamentos, entre eles o tomógrafo para a realização de exames imprescindíveis.
O Simers tem lutado incessantemente para denunciar os problemas e buscar condições mínimas para os médicos atenderem a população. Mesmo assim, o caos continua. Na semana passada, um médico enviou a seguinte denúncia à entidade médica:
“Materiais como seringas, cateteres e sondas de aspiração descartáveis estão sendo reaproveitadas no mesmo paciente. Além disso, há falta de compressa gaze, aventais descartáveis de isolamento, dânulas e materiais para coleta de sangue, entre outros. Não bastando, antimicrobianos extremamente necessários para cobertura de germes hospitalares e multirresistentes [estão
] em falta há várias semanas, sem opções razoáveis de substituição. Exemplos: Meropenem, Piperacilina, Oxacilina. Outros com baixo estoque, mas repostos insuficientemente (por pouco tempo). Pacientes ficam sem receber tratamento completo, pois os gestores esperam acabar o estoque para depois comprar”.
Tomógrafo estragado
O Hospital de Pronto Socorro de Canoas, referência para mais de 130 municípios em traumatologia, está com a tomografia estragada. Além disso, a UPA Caçapava não possui Raio X, porque o aparelho está sendo usado para suprir as necessidades da UPA Rio Branco, que esteve por três meses impossibilitada de realizar esse exame. Pacientes já chegaram a esperar 12 horas pelo resultado de um Raio X no município.
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Caso de policia
Preocupado com o imenso descaso por parte do Gamp, o Simers fez uma denúncia à polícia como forma de alertar as autoridades sobre as necessidades de restrições no atendimento do HPSC, que atende mais de 10 mil casos por mês de urgências e emergências. O Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina também já foram comunicados diante da falta de condições para o atendimento médico e assistência em geral.
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Simers pede bloqueio das contas do Gamp em Canoas
O Simers solicitou ao juiz da 3ª Vara do Trabalho de Canoas, Cesar Zucatti Pritsch, o bloqueio das contas bancárias do Gamp. A medida teve o objetivo de assegurar o pagamento integral dos salários de julho de 2017 dos médicos que atuam nas UPAs Caçapava e Rio Branco e os Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS) Recanto dos Girassóis, Travessia, Amanhecer e Novos Tempos. Além disso, em razão da ação do Simers, o Gamp passou a recolher o FGTS e o INSS dos médicos, o que não ocorria de forma espontânea desde o início da gestão, em dezembro de 2016. Para o cumprimento das obrigações, o Simers requereu penhora de R$ 10,4 milhões das contas bancárias dos gestores.
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