Marcelo Matias se mostra preocupado com o legado da pandemia em Seminário na Assembleia
Medicina

Marcelo Matias se mostra preocupado com o legado da pandemia em Seminário na Assembleia

O presidente do Simers, Marcelo Matias, participou de um seminário O RS Pós-Pandemia – reflexões e caminhos para o futuro do Estado, promovido pela ALRS

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28/06/2021 13:45


Foto: Divulgação ALRS

Novas ondas virão e precisamos adiantar passos garantindo a capacitação das equipes e a reserva e produção, preferencialmente local, para evitar a carência de fármacos para intubação. Com esta manifestação, o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), respondeu alguns questionamentos que motivaram a realização do Seminário O RS Pós-Pandemia – reflexões e caminhos para o futuro do Estado, promovido pela Assembleia Legislativa na noite da quinta-feira, 24, no formato híbrido, no Teatro Dante Barone.   “A pandemia irá acabar, assim como todas acabaram. Seremos maiores ao final, mas o que teremos de legado? Teremos hospitais e instituições de saúde em situação financeira precária e uma multidão de pessoas que vão requerer do sistema uma recuperação de seu tratamento pós-covid, sem falar nas cirurgias, tratamentos e diagnósticos não realizados”, acrescentou o presidente Matias. 

“Hoje temos uma multidão silenciosa nas ruas com doenças não diagnosticadas, cirurgias proteladas e que perderam seus planos de saúde. Este contingente irá buscar o sistema de saúde”, afirma Matias. O presidente do Simers lembra que será necessário um conjunto de coisas que passam pelos governos, que terão de dar uma garantia de regularização. “Que os procedimentos de baixa e média complexidade possam ser executados por hospitais nas  periferias e que hoje estão falidos pela impossibilidade de se manter por recursos que esses procedimentos geravam”.

O presidente do Sindicato Médico acredita que no  pós-pandemia haverá a necessidade fundamental que aquele discurso tão importante na hora da campanha, que saúde, educação e segurança estão em primeiro lugar, seja levado a sério pelos gestores.”Dentro da pandemia tivemos outra pandemia, que foi a polarização que acabou contaminando decisões. Saúde e economia podem sim conviver harmoniosamente”, finalizou.

O seminário, nesta terceira edição, teve como tema: "Quando a Covid-19 vai se tornar uma doença comum? Como o sistema de saúde atenderá a demanda reprimida?", teve o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gabriel Souza, como mediador e contou, ainda, com a presença da secretária de Saúde do Estado, Arita Bergmann; o coordenador executivo do Centro de Contingência de Combate ao Coronavírus do governo do estado de São Paulo, João Gabbardo dos Reis; do presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Gerson Junqueira Jr.; o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Eduardo Trindade; a médica infectologista, prefeita de Cruz Alta e responsável pela área de saúde do município, Paula Rubin Facco Librelotto, e também de outras autoridades de forma remota..

O vice-presidente do CREMERS, Eduardo Trindade, acredita que, antes do sistema de saúde conseguir atender a demanda reprimida gerada pela pandemia, é preciso interromper a circulação do coronavírus. Ele trouxe uma série de dados sobre a demanda que não foi atendida pelo sistema de saúde desde o começo da pandemia, em março de 2020, como o adiamento de um milhão de cirurgias no país no ano passado. O coordenador Executivo João Gabbardo dos Reis, disse que a pandemia está longe do fim no Brasil. “Quem hoje pensa que a gente já pode começar, em função da imunização, a flexibilizar e a dispensar o uso das máscaras e achar que a gente pode começar a ter uma vida normal, está completamente equivocado”, defendeu Gabbardo.

O presidente da AMRIGS, Gerson Junqueira Jr., destacou a necessidade de convencer a população da importância da vacinação. Sobre a questão da demanda reprimida, defendeu a criação de grupos de ação e ambulatórios de atendimento. Finalizou apelando para que as pessoas que precisam de atendimento de saúde procurem seus médicos e suas unidades de saúde, que oferecem condições sanitárias seguras para o atendimento.
 
A médica infectologista Paula Librelotto, abordou sua experiência em 2020, atuando na linha de frente do combate à pandemia como médica, e em 2021 como gestora municipal. Disse esperar que o cronograma de vacinação da população gaúcha, divulgada pelo governo do Estado seja consolidado e garantiu que seu município está aplicando as doses da vacina com toda a celeridade possível. A prefeita ainda defendeu a necessidade de um debate sério e urgente sobre o financiamento do SUS.

A secretária Arita Bergmann lembrou que a doença deixará sua marca em todas as gerações”. De outra parte, o desafio de enfrentar a pandemia capacitou os instrumentos de informação, as ações transversais, o trabalho baseado na ciência, e os comitês técnicos. Ela apontou inovações estratégicas adotadas no transcurso do enfrentamento da pandemia. “Construímos um saber conjunto através da união para superar a crise”, finalizou.

 

Tags: Assembleia Legislativa Assembleia

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