O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) se reuniu com profissionais que atendem na Santa Casa de Caridade de São Gabriel, na última sexta-feira, 25. Ao diretor da Fronteira Oeste, Felipe Rodrigues Cunha, relataram preocupação com a crise financeira da instituição. As remunerações estão sendo pagas em atraso, há falta de alguns insumos e recursos, que deveriam ter sido usados para quitar os honorários, foram utilizados para outros fins.
“O Simers vê com muita preocupação a falta de critérios nos pagamentos da atual gestão do hospital, onde os recursos públicos, que são destinados aos honorários dos médicos, estão sendo desviados para outros setores. Há, inclusive, um empréstimo obtido para essa finalidade e que não se sabe onde foi usado”, destaca Cunha.
Durante muitos anos, o hospital manteve uma rotina sólida de pagamentos aos médicos, com os honorários quitados integralmente no mês seguinte à prestação dos serviços, em duas parcelas quinzenais. No entanto, em março, por exemplo, a segunda parte - que deveria ser de 50% do valor - foi dividida em duas vezes de 25%, com a primeira parcela depositada entre os dias 23 e 25, e a segunda, apenas na primeira semana de abril. E, neste mês, os profissionais receberam apenas 25% dos honorários devidos da primeira quinzena e seguem até sem previsão para os 75% restantes. Alguns sequer receberam, sem qualquer explicação.
O Simers irá enviar ofícios à administração da Santa Casa e à Prefeitura, cobrando providências e explicações. O Ministério Público será notificado.
A Santa Casa atende 11 municípios da região. Segundo a prestação de contas apresentada em assembleia, no dia 15, a instituição possui mais de 600 funcionários. Em 2024, foram registradas 8.498 internações, aproximadamente seis mil consultas de oncologia e quase 53 mil exames de imagem, endoscopia e colonoscopia. Na reunião de sexta-feira, 25, os médicos relataram que do total de funcionários, menos da metade são da área da saúde.
Devido à crise financeira, a Prefeitura de São Gabriel está fazendo uma auditoria na instituição. A decisão foi tomada em conjunto com a direção da instituição, após reunião com a presença também do Legislativo, Ministério Público e entidades do setor da saúde. A análise das contas começou no dia 1º de abril e tem prazo de 60 dias.
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