Os médicos e outros trabalhadores da Unidade de Pronto Atendimento da Zona Norte (UPA ZN), de Porto Alegre, estão mobilizados nesta quinta-feira (11) na luta por melhores condições de trabalho e reajuste salarial.
É caótica a situação vivenciada pela população e profissionais no local. Em março o Sindicato Médico do RS (SIMERS) esteve na UPA ZN e constatou
pacientes graves em observação por até 11 dias por falta de leitos em instituições de referência. Os leitos de retaguarda para a unidade devem ser oferecidos pela prefeitura de Porto Alegre através do sistema AGHOS e, segundo a gestão da UPA, existe bastante dificuldade na transferência dos pacientes.
De acordo com a médica Roselaine Murlik, o problema segue ocorrendo. Doentes em condições de risco, que precisam ser transferidos para um hospital com a infraestrutura adequada, continuam permanecendo além do tempo previsto nas resoluções do Conselho Federal de Medicina, que definem 24 horas como o período máximo de observação em unidades de pronto-atendimento. “Este é o resultado da realidade no Rio Grande do Sul, especialmente com o fechamento de leitos do Sistema Único de Saúde em hospitais. Em Porto Alegre, a atenção básica está desestruturada, sem número adequado de atendimentos e quadro de médicos incompleto. Isto ocasiona em superlotação das UPAs, que se tornaram a única possibilidade de acesso ao atendimento médico”, contextualiza.
Estão sendo mantidos 30% do volume de atendimentos, conforme determina a legislação em serviços de emergência. Médicos e demais servidores orientam e instruem a comunidade que procura socorro na UPA ZN. De acordo com Roselaine, é comum o registro de mais de 100 pessoas na espera com um quadro de apenas dois médicos para efetuar o atendimento.
O SIMERS reivindica a reposição integral da inflação e um aumento real de 5%. Oficialmente, o Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa) não respondeu a proposta e todos os médicos do Grupo Hospitalar Conceição estão mobilizados. A reposição salarial ofertada pela patronal é de apenas 3,5% e, mesmo estando aquém do valor idealizado pelos trabalhadores, tem sido depositada na folha de pagamento de algumas categorias. “O percentual de 3,5% é inaceitável e continuaremos na luta”, garante o delegado do SIMERS na UPA ZN, Maurício Graciolli.
Você pode ajudar a mudar essa situação
Com o objetivo de melhorar a saúde do Rio Grande do Sul, o SIMERS está mapeando as principais necessidades no Estado. Acesse
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