Médicos e demais trabalhadores de hospitais filantrópicos protestam
Médicos e demais categorias representantes dos trabalhadores dos hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul protestaram em frente à Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, na manhã desta quarta-feira (25). Os trabalhadores exigem a reposição da inflação relativa a...
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25/01/2017 15:01
Médicos e demais categorias representantes dos trabalhadores dos hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul protestaram em frente à Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, na manhã desta quarta-feira (25). Os trabalhadores exigem a reposição da inflação relativa a 2015/2016, de 9,91%. O Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos (Sindiberf) age com descaso ao oferecer até agora metade do índice.
O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), Paulo de Argollo Mendes, repudiou a oferta da entidade patronal e ressaltou a unificação do movimento, representado por todas as categorias da saúde que atuam nas instituições. No Estado, são 245 santas casas e hospitais filantrópicos que contam com a força de mais de 60 mil profissionais.
“Estamos diante de um grande empreendimento hospitalar e financeiro que lucra com o trabalho dos profissionais da saúde. É verdade que o governo estadual descumpre a legislação e não destina os 12% previstos para a saúde, mas instituições como essa se transformaram em empreendimentos empresariais, que arrecadam milhões e não valorizam seus trabalhadores”, criticou Argollo, referindo-se à Santa Casa de Porto Alegre.
Além da perspectiva de um reajuste insuficiente, centenas de trabalhadores amargam atrasos de meses nos seus pagamentos. Em Rio Grande, os médicos da Santa Casa estão com valores pendentes há três meses. Em Taquari são 18 meses sem receber.
A vice-presidente do Sindicato Médico, Maria Rita de Assis Brasil, cobrou transparência na destinação dos recursos angariados pelas instituições. “Reconhecemos a situação de dificuldades do País, mas temos muito claro que esses hospitais receberam aumentos e reposições pelas atividades prestadas entre 2015 e 2016 e não repassaram os ganhos aos trabalhadores. Esta situação não pode persistir”, reage Maria Rita.
O presidente do SIMERS questionou o complexo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre que arrecada generosos recursos oriundos de planos de saúde e atendimentos particulares e se autodenominam filantrópicos. “Entendemos que há um grande equívoco voluntário e intencional no que se refere a filantropia, que deveria, em princípio, significar a isenção de imposto para aqueles que trabalham gratuitamente para a população pobre e desassistida. São hospitais que desvirtuam o real sentido de filantropia ao se valer da legislação para obter resultados às custas de isenções fiscais em prejuízo da assistência à população”, discursou Argollo.
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