Médicos da FHGV, de Sapucaia do Sul, definem estado de greve e ato público
Diante do constante atraso nos salários e da falta de compromisso da gestão nas informações repassadas, os médicos da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), de Sapucaia do Sul, deflagraram estado de greve. A decisão foi tomada durante assembleia realizada na...
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31/01/2018 16:48
Diante do constante atraso nos salários e da falta de compromisso da gestão nas informações repassadas, os médicos da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), de Sapucaia do Sul, deflagraram estado de greve. A decisão foi tomada durante assembleia realizada na noite de terça-feira (30), no Simers, que também definiu ato público para o dia 7 de fevereiro, das 11h às 14h. Na data, os profissionais não irão atender no ambulatório ao longo de todo o dia, mas será mantido 30% do serviço de urgência e emergência, conforme determina a lei. Para a diretora do Simers Clarissa Bassin, o ato público tem o peso de mostrar à população que, mesmo diante de todos os prejuízos enfrentados, os médicos continuaram atendendo. “Mas é também um alerta de que eles chegaram ao limite e que não é mais possível manter a situação como está”, ressalta.
Principais problemas
Atrasos: desde setembro de 2017, os salários são pagos com atraso. Além disso, os médicos ainda não receberam os valores referentes a dezembro de 2017 - as demais categorias, por outro lado, sim. Também não foi paga a segunda parcela do 13º salário
Falta de reajuste: desde 2015, os médicos não recebem sequer o reajuste da inflação. Mais uma vez, o mesmo não ocorre com as demais categorias, que tiveram reposição
Assédio moral: os profissionais denunciam práticas de assédio e intimidação, que costumam ocorrer de maneira velada, a partir de comentários sobre a possibilidade de demissões, o que deveria inibir qualquer movimento grevista
Comunicações mentirosas: em resposta a uma cobrança do Simers sobre problemas como insegurança, falta de rotineiros e ausência de profissional da enfermagem para fazer a triagem, a FHGV enviou ofício comunicando que tudo havia sido resolvido. Na prática, porém, as mudanças não ocorreram
Acordo coletivo de trabalho: foram sucessivas negociações sem que a gestão cedesse para um acordo justo, que contemplasse minimamente as reivindicações médicas
Gestão discriminatória
Clarissa entende que as ações da FHGV mostram uma política de gestão que é discriminatória e usa como apelo uma suposta “justiça social”, sem considerar o papel do médico e a responsabilidade que recai sobre ele. “Isso, aliás, vem de muito tempo. Tratam o médico como qualquer outro trabalhador, mas na hora de reconhecer o serviço, que é o pagamento pelo justo, esquecem disso”, afirma.
Limite para acordo
Logo após a convocação da assembleia, o Simers recebeu convite para uma reunião com a Fundação, marcada para o dia 8 de fevereiro. Na pauta, a discussão do acordo coletivo de trabalho. Para a entidade médica, essa é a data definitiva para que seja apresentada pela gestão uma proposta que não seja desrespeitosa - como os 2% de reajuste oferecidos até o momento, frente a uma atualização salarial que não ocorre desde 2015. Nova assembleia também já foi agendada para o dia 19 de fevereiro, com o objetivo de reavaliar a situação e mesmo a necessidade de uma paralisação por tempo indeterminado.
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