Depois de quatro meses sem receber, os médicos que atuam pelo regime de Pessoa Jurídica (PJ) no Hospital de Montenegro paralisam os procedimentos e atendimentos eletivos a partir da meia-noite desta quarta-feira, 05. A decisão, tomada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) coordenada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), na metade de fevereiro, passa a valer após o cumprimento do prazo estabelecido pelo Conselho Regional de Medicina (Cremers), que se encerrou nesta quarta.
O Simers entregará novo documento ratificando a decisão, embora o hospital e todas as autoridades tenham sido oficiadas logo após a Assembleia. Na oportunidade, foi informado que a restrição aos atendimentos e procedimentos eletivos não aconteceria se os atrasados referentes a outubro e novembro fossem quitados, bem como fosse apresentado um cronograma para a regularização do débito de dezembro e janeiro. “Como não houve qualquer sinalização por parte do hospital, mesmo após novas tentativas de reuniões para negociar, não restou outra saída que não cumprir a decisão da assembleia de suspender os atendimentos de fichas verdes e azuis”, informou o diretor do Simers Ricardo Pedrini Cruz.
Segundo ele, os médicos foram sensíveis à necessidade da população, mas a situação está insustentável. “Todas as entidades foram informadas a tempo de buscar alternativas para suprir o acolhimento da população ou de quitar a dívida com os médicos. Nada foi feito! Agora, os profissionais restringirão os atendimentos aos casos de urgência e emergência – que são as fichas amarelas e vermelhas. Do contrário, os pacientes serão orientados a buscar outras instituições de saúde”, advertiu.
Os médicos que participaram da continuação da AGE relataram não só a permanência da dívida, mas também situações de desrespeito para com o corpo clínico por parte da direção do hospital. O Simers, por sua vez, reitera que segue à disposição para negociar com o hospital e com a Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas (OASE) – mantenedora da instituição – e buscar soluções para o problema e a retomada do cumprimento do contrato que foi assinado com os médicos. “Até agora, a categoria atendeu sem receber para evitar desassistir a população, mas chegou a um ponto que não conseguem mais segurar. São quatro meses de atraso e algo precisa ser feito para resolver isso”, finalizou Pedrini.
O Hospital de Montenegro é referência para diversos municípios da região do Vale do Caí, entre os quais São Sebastião do Caí, Brochier e Triunfo. As instituições desses locais não têm estrutura para assumir toda a demanda, causando impacto não só à população de Montenegro, mas também dessas cidades.
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